domingo 22 de dezembro de 2024
O executivo Thiago Guth participou da reunião conjunta das comissões de Agricultura, de Infraestrutura e de Defesa do Consumidor - Foto: Divulgação
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quarta-feira 6 de março de 2024 às 06:42h

Presidente da Coelba fala na Assembleia sobre investimentos da empresa na Bahia

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O diretor-presidente da Coelba, Thiago Guth, compareceu na manhã desta última terça-feira (5) à reunião conjunta das comissões de Agricultura e Politica Rural, Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e Turismo, e de Defesa do Consumidor e Relações de Trabalho. Na ocasião, ele anunciou o novo plano de investimentos da companhia para os próximos quatro anos na Bahia: R$ 13,3 bilhões. Neste ano de 2024 a Neoenergia Coelba vai investir R$ 3 bilhões.

O executivo anunciou os planos para cada região do Estado, o que foi feito na Bahia nos últimos cinco anos e o balanço dos seis meses da sua gestão. Disse que entre 2018 e 2023 foram aplicados R$ 11 bilhões e que a empresa aumentou a qualidade dos serviços prestados ao consumidor residencial e também às indústrias. Thiago Guth informou que a Coelba está presente “em todos os cantos” da Bahia, gera mais de 20 mil empregos, tem 6,6 milhões de clientes e construiu 352 mil quilômetros de rede elétrica em cinco anos. Somente no Programa Luz Para Todos a companhia atendeu 713 mil clientes.

Críticas

Foi contestado firmemente pelos parlamentares, em especial pelo presidente da Subcomissão de Acompanhamento da Execução do Contrato de Concessão da Coelba e Demandas e Investimentos Represados da ALBA, Robinson Almeida (PT), que lembrou ser o Luz Para Todos um Programa do Governo Federal, lançado em 2003, inteiramente financiado com dinheiro público e que a Coelba “não gastou nenhum centavo” para atender os 713 mil novos clientes. O deputado listou uma série de serviços mal prestados pela companhia e pediu que os deputados estaduais pressionem o Governo da Bahia para que não haja renovação do contrato com a Neoenergia e também para que seja elaborada uma lei que conceda à Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba) o poder de fiscalizar a companhia, porque, garantiu “a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) não fiscaliza nada”.

Munido de dados e informações, Robinson Almeida informou que a privatização dos serviços de energia aconteceu em agosto de 1997, com validade de 30 anos. O prazo vence em 2027, e a companhia tem até agosto deste ano para pedir a renovação. A União tem até fevereiro de 2026 para se manifestar, caso não o faça o contrato será renovado automaticamente por mais 30 anos. É isso que o deputado pretende que não aconteça e até mesmo o governador Jerônimo Rodrigues já aventou a possibilidade de pedir ao Governo Federal que não renove. O Estado é interveniente neste contrato.

Apontada como campeã de reclamações por vários deputados, dentre eles Ricardo Rodrigues (PSD), Tiago Correia (PSDB), Pedro Tavares (UB), Fátima Nunes (PT), Raimundinho da JR (PL) e Marquinho Viana (PV), que apresentaram queixas e relataram situações onde o serviço é falho, a Coelba enfrenta situações caóticas sem que tome providências. Robinson Almeida citou gargalos no fornecimento de energia no campo, na indústria e para o consumidor residencial, e apontou as quatro regiões baianas mais afetadas com a má prestação dos serviços: Oeste; Médio São Francisco; Sul e Baixo-Sul, e Extremo-Sul. O diretor Thiago Guth disse que nos próximos quatro anos serão construídas 28 novas subestações e 4.390 quilômetros de rede de energia de média e alta tensão. No Oeste serão instaladas 10 novas subestações, 1.900 quilômetros de rede, provocando aumento de 70% da capacidade energética da região.

Planos

Para a Região Metropolitana de Salvador são previstas oito novas subestações e mil quilômetros de rede de energia. Para o Centro-Norte foi anunciada a construção de 1050 km de rede, além de investimentos também no Sul e Extremo-Sul. O diretor também disse que a Coeba é a terceira companhia mais bem avaliada do Nordeste no que se refere à interrupção de fornecimento de luz. Robinbson Almeida contradisse, informando que a falta de energia compromete o crescimento do Estado, e afirmando que a Bahia vive “um apagão”. Citou casos emblemáticos como a falta de luz por duas horas no sábado de Carnaval de Salvador, em pleno bairro da Barra, maior circuito da festa, e que na Avenida Tancredo Neves, um dos eixos comerciais da cidade, “falta luz todo dia”.

O diretor-presidente Thiago Guth informou que a empresa investe o dobro do que lucra e que está comprometida com o desenvolvimento do Estado e com a desburocratização no atendimento ao cliente. Que a Coelba conta com 437 pontos de atendimento, mil funcionários no call center e que tem conversado com prefeitos, associações comerciais e de energia solar no intuito de “entender o cliente” e melhorar a prestação de serviços.

Os trabalhos foram conduzidos por Eduardo Salles (PP), presidente da Comissão de Infraestrutura, com a colaboração de Manuel Rocha (UB), que preside Agricultura, e Júnior Muniz, líder da Comissão de Defesa do Consumidor. Compuseram a mesa, ainda, o deputado Tiago Correia, Ricardo Rodrigues, vice-presidente da Comissão de Agricultura; Robinson Almeida e pelo diretor-presidente da Neoenergia Coelba Thiago Guth.

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