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terça-feira 16 de novembro de 2021 às 09:17h

Presidenciáveis já definem suas equipes de marketing para eleição 2022

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A pouco menos de um ano das eleições, a movimentação silenciosa para definição dos marqueteiros políticos dos pré-candidatos da disputa presidencial de 2022 se intensificou. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro passaram a ser aconselhados por pessoas próximas a definirem um nome ainda neste ano.

Segundo o jornal Valor, os principais concorrentes da chamada terceira via já contrataram marqueteiros. Com a estratégia em andamento, começam a garimpar também profissionais para comandar núcleos regionais de criação num esforço para aumentar o nível de conhecimento perante o eleitorado.

Por enquanto, Lula posterga a definição do nome. Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social durante o segundo mandato do petista, o jornalista Franklin Martins coordena a área de comunicação da pré-campanha. O publicitário baiano Sidônio Palmeira, da Leiaute Propaganda, é um dos nomes mais cotados para assumir o posto.

Ele assinou as campanhas vitoriosas do ex-governador da Bahia Jaques Wagner em 2006 e 2010, e do atual, Rui Costa, em 2014. Em 2018, foi um dos principais consultores da campanha presidencial de Fernando Haddad (PT).

Uma fonte petista ouvida pelo Valor aponta que o marqueteiro escolhido deve ficar subordinado a Franklin Martins. “Por tudo o que aconteceu, Lula não quer mais um supermarqueteiro. Essa época passou. Não tem mais medalhão”, aponta.

No Palácio do Planalto, alguns auxiliares de Bolsonaro acreditam que as circunstâncias da eleição de 2018 não vão se repetir. O entendimento é de que, como presidente da República, é preciso um plano mais estruturado e profissional para a nova batalha eleitoral.

Um destes interlocutores, com livre acesso ao Planalto, alegou que “o jogo agora é mais pesado”. De acordo com ele, o presidente ainda “não está ligando muito para isso”, mas já há uma pressão natural para a escolha. “Na disputa passada, Bolsonaro se apresentou como um candidato contra todo o sistema. Agora, o sistema também está no governo. Precisamos de alguém que nos direcione para uma luta bem diferente”, afirma.

O pré-candidato Ciro Gomes (PDT) aposta no publicitário baiano João Santana. Ele esteve à frente das campanhas vitoriosas de Lula (2006) e da ex-presidente Dilma Rousseff (2010 e 2014). Em meio à Operação Lava-Jato, acabou preso em 2016, acusado de receber US$ 7,5 milhões em uma conta secreta no exterior. Em delação premiada, disse que Dilma e Lula sabiam da existência de caixa dois.

Santana tem tentado deixar Ciro mais leve e com um tom menos professoral. Criou o “Ciro Games, a live do Cirão”. O candidato veste o figurino de “youtuber” para falar de jogos e da política nacional, numa tentativa de se conectar ao eleitorado mais jovem. Lançou também o slogan “Prefiro Ciro”, onde a mensagem sempre é acompanhada de depoimentos de eleitores apontando as diferenças e qualidades do pedetista.

Os governadores tucanos de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que vão disputar prévias do partido no dia 21 de novembro, escolheram marqueteiros com quem trabalharam recentemente. O publicitário paulista Daniel Braga comandou o marketing de Doria nas eleições para prefeito de São Paulo, em 2016, e, dois anos depois, na corrida vitoriosa rumo ao Palácio dos Bandeirantes. Ele criou a marca “João Trabalhador” e pretende repetir a mesma pegada numa eventual disputa presidencial. “O DNA do João sempre vai ser preservado. Bom de gestão, trabalhador, firme e ético”, aponta.

Responsável pela comunicação da campanha do governador Eduardo Leite em 2018, o marqueteiro Fábio Bernardi tem preparado o tucano para as prévias do partido. Em 2016, comandou a campanha que elegeu Nelson Marchezan Júnior (PSDB) prefeito de Porto Alegre.

O ex-juiz Sergio Moro (Podemos) é orientado pelo marqueteiro Fernando Vieira. O profissional presta serviços ao Podemos. Com o slogan “Um Brasil justo para todos”, o pré-candidato tenta ampliar o discurso para além do combate à corrupção e mira apoiadores arrependidos de Bolsonaro.

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