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quinta-feira 7 de julho de 2022 às 07:46h

Prefeitura na Bahia deve ser responsabilizada por morte de criança de 3 anos com prego no pulmão

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Um garoto de 3 anos, natural da cidade de Canavieiras, no sul da Bahia, morreu conforme o Jornal da Manhã, da Rede Bahia, após passar um ano com um prego no pulmão. Os pais dizem ter levado a criança ao hospital várias vezes, mas só descobriram o material no corpo do menino quando resolveram fazer um exame por conta própria. Depois disso, o garoto chegou a ser transferido para Salvador e a passar por cirurgia, mas não resistiu.

No laudo médico, a causa da morte de Cauan Araújo Conceição, que teve os dois pulmões perfurados pelo objeto, foi identificada como broncopneumonia. Os pais dele, no entanto, acreditam que o filho morreu vítima da negligência nos atendimentos médicos no Hospital Municipal de Canavieiras.

O casal Clarice Araújo e Cosme Conceição relata que, em junho de 2021, percebeu que o filho teria engolido um objeto que não foi identificado. O pai, então, levou a criança até o Hospital Municipal de Canavieiras.

“Naquela noite, eu senti que ele estava engasgado, saiu até sangue da boquinha dele. Aí, imediatamente, eu levei para o hospital, na mesma noite. Chegando lá no hospital, o médico olhou e falou que não tinha nada na garganta da criança. Aí a gente voltou”, contou Cosme.

Depois disso, Cauan foi levado ao hospital várias vezes, sempre com as mesmas dores. Clarice contou que, com o passar do tempo, os sintomas ficaram mais intensos.

Menino morre após passar 1 ano com prego no pulmão — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz
Menino morre após passar 1 ano com prego no pulmão — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

Em nota de nota, a Secretaria de Saúde de Canavieiras informou que, em 27 de junho, foram solicitados exames para a criança e que uma consulta com uma pediatra foi marcada para o dia seguinte, mas a médica ficou doente, razão pela qual o atendimento não ocorreu.

O comunicado cita ainda que a família não tinha buscado atendimento antes daquela data. Os pais do menino, no entanto, têm papéis que indicariam o contrário. A pasta informou que o caso está sob investigação.

“Ele ficava sentindo febre e tossindo demais. De um tempo para cá, a dor foi começando a chegar. Uma dor do lado direito, ele [Cauan] ficava andando torto, de lado. A gente sempre levando no hospital, e ele só davam medicamento. Aí quando o efeito do medicamento passava, a dor e a febre continuavam vindo”, lembrou a mãe do menino.

A penúltima entrada de Cauan no hospital da cidade ocorreu em 27 de junho. A médica que o atendeu disse à família que o paciente estava com sintomas de asma. Assim como nas vezes anteriores em que os pais levaram o menino à unidade, nenhum exame médico foi solicitado.

A profissional receitou medicamentos, passou uma nebulização e liberou a criança para voltar para casa. Com o agravamento das dores do filho, Clarice e Cosme fizeram um exame de raio x particular, no qual foi identificada a gravidade do problema do filho. A família, então, retornou com o garoto para o hospital.

“Aí, chegou lá, deram medicamento e mandaram ficar na espera […] para ser transferido. Ele foi transferido para Salvador”, disse a mãe de Cauan.

Já no Hospital Geral do Estado (HGE), o garoto passou por uma cirurgia para retirar o prego (veja foto abaixo). Os médicos identificaram que o material havia perfurado os dois pulmões de Cauan, que chegou a ficar internado dois dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) antes de morrer.

Relato dos pais

“Nunca me deram o pedido para eu correr atrás. Mesmo que eles não pudessem fazer no hospital, me davam pelo menos o pedido para eu cuidar de meu filho em uma clínica particular. Sempre só medicamento, nunca teve solicitação de exame nenhum”, lamentou Clarice.
Para Cosme, se os profissionais do hospital tivessem identificado logo o prego, talvez o garoto tivesse sobrevivido.

“Se ele ‘caçassem’ providência logo, meu filho estaria vivo aqui. Meu filho era uma parte de mim. É doído a pessoa perder um filho. Eu quero justiça para que não aconteça mais isso, para que não aconteça com outras crianças.”

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