O governo estadual de São Paulo autorizou nesta sexta-feira (26) a reabertura de bares, restaurantes, salões de beleza e barbearias na capital paulista a partir de segunda-feira, mas a prefeitura da cidade disse que os estabelecimentos só poderão voltar a funcionar a partir de 6 de julho, caso a pandemia de Covid-19 permaneça estável.
Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse que a decisão de aguardar uma semana para a reabertura dos estabelecimentos atende a um pedido feito pelo Centro de Contingência do Coronavírus do governo estadual.
“A recomendação dada pelo Centro de Contingência é que, apesar de o município estar agora na Fase Amarela, a gente esperar uma semana, e, portanto, a classificação que nós teremos na sexta-feira da semana que vem, para que o município possa abrir aquilo que a Fase Amarela permite”, disse Covas.
“Se o resultado da sexta-feira que vem confirmar o município na Fase 3 Amarela, eles vão poder reabrir a partir da segunda-feira, dia 6 de julho”, afirmou o prefeito, acrescentando que a prefeitura vai conversar durante a semana com os setores autorizados a voltar a funcionar na Fase 3 e possivelmente já assinar os protocolos para que voltem a funcionar.
A capital paulista reabriu em 10 de junho o comércio de rua, depois de já ter autorizado a volta do funcionamento de shoppings centers, concessionárias de veículos, imobiliárias e escritórios como parte da flexibilização das medidas de isolamento decretadas para conter o avanço da Covid-19.
Na entrevista coletiva, Covas também disse que, devido ao estágio atual da pandemia na capital, o governo municipal decidiu fechar na próxima semana o hospital de campanha montado no estádio do Pacaembu, criado para atender casos de baixa e média complexidade de Covid-19 e desafogar os hospitais regulares no combate à doença respiratória causada pelo novo coronavírus. A prefeitura tem ainda um hospital de campanha montado no Complexo do Anhembi.
Também presente na coletiva, o governador do Estado, João Doria (PSDB), anunciou um sexto período de medidas de quarentena em São Paulo, que irá da próxima segunda-feira até o dia 14 de julho.
Ao anunciar a atualização do plano de reabertura da economia, o governo estadual afirmou ainda que duas regiões da Grande São Paulo também avançaram para a Fase 3, a mesma que está agora a capital: a sudeste, que engloba as cidades do ABC Paulista, e a sudoeste, que inclui cidades como Taboão da Serra e Cotia.
Por outro lado, e com a disseminação da pandemia para o interior do Estado, a maioria das regiões paulistas teve a situação da pandemia agravada em relação há uma semana e terá de voltar a fechar todas as atividades consideradas não essenciais. É o caso, por exemplo, das regiões de Sorocaba, Bauru, Piracicaba e Franca.
De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado, São Paulo tem 258.508 casos confirmados de Covid-19, com 13.966 mortes, aumento de 207 novos óbitos nas últimas 24 horas.
O Estado, que de longe é o que mais tem casos e mortes causadas por Covid-19 no Brasil, tem mais diagnósticos confirmados da doença que a Itália, que se tornou símbolo da gravidade da pandemia e que tem, até o momento, 239.706 casos confirmados. São Paulo também tem mais casos da doença do que nações como Irã, México, França e Turquia.
Além disso, apenas a cidade de São Paulo tem mais casos confirmados de Covid-19 do que a China continental, onde o novo coronavírus surgiu no final do ano passado. O número de casos na capital também é maior do que o registrado no Canadá.
A expectativa das autoridades de saúde paulistas é de que o Estado chegue ao final deste mês com até 290 mil casos da doença e com entre 15 mil e 18 mil mortos em consequência dela.