Centenas de pessoas lotaram o auditório da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) em mais um ato suprapartidário, dessa vez em defesa dos Correios e contrário ao processo de privatização, já em curso. Organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos (Sincotelba), o Ato reuniu funcionários e representantes da categoria em nível nacional e estadual, parlamentares, prefeitos, empresários e a população, de uma forma geral.
Na oportunidade, o líder da Maioria na Alba, Rosemberg Pinto, fez uso da palavra e reafirmou que, na base do Governo, a luta é contra a privatização e desmonte das estatais. “Lamentavelmente, corremos o risco de perder essa empresa, que é de maior reputação do Brasil. Temos que resistir para minimizar os prejuízos. Precisamos de unidade e luta”.
Dentre os impactos apresentados pelo movimento, estão o aumento do preço de serviços, desassistência a municípios, prejuízos no comércio e desemprego. Segundo o presidente do Sincotelba, Josué Canto, são aproximadamente 100 mil funcionários, no país, em estado de greve, desses, atuam em todo o território baiano, um total de 5,7 mil trabalhadores. Ele ainda ressaltou o papel desempenhado pela estatal, não só logístico, mas também social. “Com a privatização, a população ficará sem o serviço postal garantido no artigo 21, da Constituição Federal, isolando ou distanciando ainda mais municípios em relação às grandes metrópoles, com prejuízos à economia e serviços essenciais como Saúde e Educação. Como vocês acham que chegam as vacinas e livros?”, questiona Canto, revelando que apenas 324, dos 5.570 municípios têm lucro e, por isso, deverão ter o serviço mantido.
O sindicalista ressalta ainda que o serviço é desenvolvido há 356 anos e a empresa não foi feita para dar lucro, embora dê e, por isso, o interesse, segundo ele. Contrariando o discurso e dados divulgados, que atestam prejuízo e justificam a privatização, ele apresentou que os Correios teve um lucro de R$1 bilhão em 2017/2018, além dos R$600 milhões que, segundo ele, foram retirados de forma indevida, dos cofres das empresas pelo governo federal.