Direção nacional do partido cancelou apoio à chapa do petista Camilo Santana no Ceará. Partidos ainda negociavam estar juntos em outros estados
O Progressistas, que está na coligação do presidente Jair Bolsonaro (PL), anunciou nesta última terça-feira (2) um veto a coligações com o PT, partido do ex-presidente Lula, em todos os estados. A manifestação da cúpula do PP ocorreu dias depois de o partido ter entrado na Justiça Eleitoral no Piauí, estado de seu presidente licenciado, ministro Ciro Nogueira (Casa Civil), numa tentativa de proibir a circulação de imagens que mostrem Bolsonaro com candidatos apoiados pelo partido na disputa ao governo local.
O PP fez um aceno ao Palácio do Planalto proibindo apoios ao PT em todo o país. Nogueira, presidente licenciado do PP, discursou ao lado de Bolsonaro na convenção nacional do partido, na última quarta-feira, e publicou registros do evento em suas redes sociais.
PP e PT vinham articulando participar da mesma coligação em pelo menos outros três estados: Espírito Santo, Pará e Mato Grosso. A tendência é que o partido intervenha onde houver presença petista na chapa majoritária.
No caso da eleição capixaba, o PP aprovou em convenção no último sábado o apoio ao governador Renato Casagrande (PSB), também apoiado pelo PT, que chegou a pleitear a indicação do vice na chapa. O PP, por sua vez, havia condicionado a aliança à presença de Ricardo Ferraço (PSDB) na chapa como candidato a vice-governador. No domingo, a convenção do PSB capixaba oficializou Ferraço como vice na chapa, com Rose de Freitas (MDB) como candidata ao Senado, deixando PP e PT sem espaços majoritários.
No Pará, os dois partidos formam a base de apoio ao governador Helder Barbalho (MDB), e ambos pretendem lançar candidatos ao Senado pela chapa: Flexa Ribeiro (PP) e Beto Faro (PT). Barbalho liberou os partidos de sua coligação a lançarem candidatos “isoladamente” ao Senado, amparado em uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que liberou a prática.
No Mato Grosso, o PP aproximou-se do ex-presidente Lula após o apoio petista à candidatura de Neri Geller (PP-MT) ao Senado. Geller havia tentado uma aliança com o governador Mauro Mendes (União), que acabou optando por apoiar o senador Wellington Fagundes, do PL, candidato à reeleição. Por ora, a federação que une PT, PCdoB e PV avalia lançar ao governo a candidatura de Márcia Pinheiro (PV), numa chapa com Geller. Márcia é casada com o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), adversário do governador.