De acordo com Thaís Oyama Colunista do UOL, Lula vai finalmente colocar o bloco na rua.
Nos últimos meses, o ex-presidente só viajou pelo Brasil para fazer política: conversou com lideranças, costurou alianças e consolidou apoios. Agora, um tanto empurrado pela oscilação positiva de Jair Bolsonaro nas pesquisas, resolveu que é chegado o momento de “falar para o povo”.
O Lula que se verá a partir de abril, no entanto, não será o Lula que se equilibrava nos ombros das multidões e percorria em caravanas o interior do Nordeste.
Lideranças do PT, sobretudo a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, estão convencidas conforme a colunista, de que o ex-presidente enfrentará uma eleição de “alto risco” e têm na preocupação com a sua segurança física uma obsessão.
Por causa disso, o partido deliberou que as próximas viagens de Lula se darão em “terreno controlado”, nas palavras de um integrante da cúpula envolvido na pré-campanha.
Isso significa que Lula não deverá se expor em praças públicas ou sair em carreatas pelas ruas.
Irá “falar ao povo” apenas em espaços considerados seguros e “esquadrinháveis” pela sua equipe de segurança, como salões e sedes de entidades.
Eventuais encontros ao ar livre ocorrerão unicamente em territórios “não hostis”, como acampamentos do MST no interior dos estados, por exemplo.
A cúpula do PT considera que, embora o trabalho de costura política feito por Lula nos últimos meses tenha rendido frutos, acabou por deixar em segundo plano o “corpo-a-corpo” com a população, o que abriu espaço para que Bolsonaro ganhasse terreno, sobretudo no Nordeste.
Na opinião dessas lideranças, é hora de Lula por a cara na rua. E ela será bem diferente da de 2002.