Quando acontece um acidente de trânsito, geralmente os transeuntes prestam socorro aos feridos ou pelo menos pedem ajuda, certo?
Não na Índia.
Em um país cujas estradas estão entre as mais perigosas do mundo, as vítimas frequentemente são deixadas à própria sorte.
Próximo à sua motocicleta, um vídeo mostra um homem que acena desesperadamente por ajuda, mas motorista após motorista apenas desvia dele. Seu filho mais novo está ao lado dele, a filha e a esposa estendidas no chão. Minutos antes, todos viajavam na moto na índia.
A cena, capturada em câmera de circuito interno e amplamente compartilhada na internet, mostra o sofrimento de uma família no norte da Índia em 2013. A aparente indiferença dos passantes deixou muitos indianos perturbados.
Quando a polícia finalmente chegou e socorreu, já era tarde para a esposa e a filha de Lal. As mortes acenderam um debate nacional, em que muitos destacaram o estado de “apatia pública” e alguns até falaram na “morte da humanidade”.
Mas para o ativista Piyush Tewari, o problema não era falta de compaixão mas um sistema que desincentiva a prestação de socorro às vítimas de acidentes rodoviários.
Uma pesquisa de 2013 indicou que 74% dos indianos provavelmente não prestariam socorro em um incidente rodoviário – sozinhos ou em grupo.
Outro temor é o de ser arrolado como testemunha em uma batalha legal – notoriamente arrastadas na Índia. E se ajudarem a levar a vítima para o hospital, o temor é o de acabar recebendo uma conta astronômica pelo tratamento médico.
A escala do problema
- Quinze pessoas morrem por hora em acidentes rodoviários na Índia
- Vinte crianças são mortas por dia em acidentes rodoviários na Índia
- Um milhão de pessoas morreram nas estradas indianas na última década
- Cinco milhões de pessoas ficaram seriamente feridas ou incapacitadas após acidentes rodoviários na Índia na última década
- A Índia perde o equivalente a 3% do PIB por ano em acidentes rodoviários
Fonte: Fundação SaveLIFE
Por Prenti Jha