A Casa Civil da Presidência da República estendeu até 15 de abril a autorização de viagem para os servidores que acompanham Jair Bolsonaro nos Estados Unidos, o que indica conforme a colunista Malu Gaspar, do O Globo, que ele ficará no exterior pelo menos até essa data.
Mas auxiliares de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle dizem que, se há até pouco tempo havia grande preocupação no entorno de ambos sobre a demora do ex-presidente em voltar para o Brasil, agora ele perdeu a pressa de voltar.
A principal defensora de que Bolsonaro continue por mais tempo nos Estados Unidos é a própria Michelle. Ela encampou a tese de uma ala do PL que acha que ele ganha mais ficando lá fora do que no Brasil.
Uma das razões, é claro, esperar que a repercussão do caso das joias sauditas – e portanto a pressão sobre Bolsonaro para que se explique – diminua.
Outra, porém, é a avaliação de que Bolsonaro entrará na mira do PT e de Lula assim que desembarcar no Brasil – o que daria ao petista a oportunidade de desviar a atenção do público sobre as recentes polêmicas de seu próprio governo, como a suspensão dos empréstimos consignados e a crise da segurança pública no Rio Grande do Norte.
A ideia defendida por Michelle e até pelo próprio Valdemar Costa Neto, de acordo com Malu Gaspar, é tentar reforçar a cobrança por resultados sobre o governo Lula, enquanto Bolsonaro cumpre uma agenda de eventos patrocinados pela direita trumpista nos EUA.
Reforçou o argumento, nos últimos dias, uma pesquisa interna do PL que constatou uma perda de popularidade muito pequena de Bolsonaro entre seus seguidores. Até muito recentemente, a cúpula do PL temia que a permanência do ex-presidente nos Estados Unidos estivesse fazendo sua popularidade derreter. A pesquisa interna teria feito Valdemar e outros líderes relaxarem.
Segundo o que me disseram alguns desses interlocutores de Bolsonaro no PL, agora o que Michelle defende é que o presidente continue circulando nos eventos trumpistas e espere um momento melhor para voltar ao Brasil.
Nesta terça-feira (21), durante o evento em que assumiu a direção do PL Mulher, repórteres de vários veículos perguntaram a Michelle quando, afinal, Bolsonaro voltaria. “Quando ele chegar, vocês vão saber”, ela respondeu.