O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou que pode suspender a exigência de isolamento obrigatório após diagnóstico positivo para covid-19 nos próximos dias, dependendo da evolução da pandemia.
O plano era suspender a medida em 24 de março — mas se as tendências permanecerem positivas, disse Boris Johnson, ele poderá ser antecipado em um mês.
O anúncio pegou muitos especialistas de surpresa. Um deles chegou a considerar a medida “corajosa ou estúpida”.
Questionamentos certamente estão sendo feitos sobre a mudança da política contra a covid-19, com o primeiro-ministro sob pressão política contínua. Há boas notícias, mas também motivos para cautela.
Existem muitas notícias positivas nos dados mais recentes, como sugeriu Johnson.
Os casos hospitalares estão caindo e, apesar da grande onda de infecções pela variante ômicron, as mortes em geral não aumentaram acima do que seria previsto no inverno.
Com novos tratamentos e uma enorme parcela da população imunizada, após vacinação e infecção, o risco do vírus está diminuindo o tempo todo.
Outros países também estão relaxando as regras de auto-isolamento. A Dinamarca, por exemplo, agora exige que as pessoas fiquem em casa apenas se tiverem sintomas.
No entanto, também há motivos para cautela. Os níveis de infecção permanecem altos. E o programa de monitoramento do Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) indica que eles podem até estar subindo novamente, com cerca de uma em cada 19 pessoas na Inglaterra recebendo diagnóstico positivo para covid-19 na semana passada.
Juntamente com isso está o surgimento de uma subvariante da ômicron, BA.2, que se acredita ser ainda mais transmissível do que a versão identificada pela primeira vez na África do Sul e que agora atinge o Brasil.
A BA.2 agora é responsável por cerca de uma em cada seis infecções — uma proporção que está crescendo a cada semana.