Entre as reações ao visual da nova nota de R$ 200, divulgada nesta última quarta-feira (2) pelo Banco Central, o tamanho da cédula chamou a atenção. Em vez de seguir a tendência e chegar ao mercado maior do que a de R$ 100, o papel estampado pelo lobo-guará é, na verdade, menor do que a nota de R$ 50.
A decisão do BC levantou críticas não por apenas quebrar a tradição, mas porque o tamanho das cédulas é um importante fator para ajudar pessoas com deficiência visual a identificar o valor da moeda em mãos. A nota de R$ 200 tem o mesmo formato da nota de R$ 20 (14,2cm x 6,5cm).
De acordo com a diretora de Administração do BC, Carolina Barros, o objetivo da nova cédula era atender a uma demanda por dinheiro em espécie. Os estudos da instituição sugerem que seriam necessários colocar em circulação R$ 165,9 bilhões em notas de R$ 200 num espaço de cinco meses.
Não havia tempo hábil, segundo Carolina, para adaptar a linha de produção da Casa da Moeda para confeccionar cédulas em um tamanho novo, superior ao de R$ 100, por exemplo. Além disso, o tamanho familiar facilita a emissão em caixas eletrônicos.
Por que não manter o tamanho da nota de R$ 200? Segundo o BC, para não ocupar a linha de produção e não ter que interromper a sua fabricação para dar lugar à nova cédula. Além disso, o método de confecção das notas de R$ 100 não tinha espaço para a inclusão dos itens de segurança do papel de R$ 200.
O BC argumenta que deficientes visuais ainda poderão identificar e diferenciar a nova cédula por meio da marca tátil, um item de alto relevo que todas as notas de real possuem. No caso dos R$ 200, a marca tátil é representada por três linhas inclinadas, enquanto a de R$ 20 possui duas barras inclinadas em alto relevo.