Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (10) mostra que o presidente Lula da Silva (PT) recuperou fôlego em termos de popularidade. Segundo o levantamento, realizado entre os dias 5 e 8 de julho, 54% dos entrevistados aprovam o trabalho do presidente, ante 50% em maio. É o melhor resultado registrado neste ano.
Já o porcentual de desaprovação, que era de 47%, caiu para 43%. Com as mudanças, a diferença entre aprovação e desaprovação agora é de 11 pontos, oito a mais do que na rodada anterior.
A avaliação positiva do governo também oscilou para cima, passando de 33% para 36%, enquanto a negativa fez movimento inverso, diminuindo de 33% para 30%. Em maio, havia um empate entre os dois indicadores. Agora, a avaliação positiva está seis pontos percentuais maior do que a negativa.
Motores da recuperação
Alguns segmentos foram decisivos para a recuperação do presidente. A aprovação ao trabalho de Lula passou de 62% para 69% entre quem ganha até dois salários mínimos e de 50% para 56% entre entrevistados de 35 a 59 anos. Houve um salto também entre os consultados com o ensino fundamental (de 60% para 65%).
Em termos regionais, destaca-se a melhora de imagem no Sudeste, onde a aprovação subiu de 42% para 48%, enquanto a desaprovação recuou de 55% para 48%. No Sul, as movimentações ocorreram em prejuízo do mandatário. Apesar das séries de medidas oficiais anunciadas para ajudar na recuperação do Rio Grande do Sul, a aprovação a Lula caiu de 47% para 43%, e a reprovação saltou de 52% para 54% na região.
Retórica de palanque
De acordo com a pesquisa, só 34% ficaram sabendo das críticas de Lula à política de juros do Banco Central. Deles, 66% concordam com o presidente e só 23% discordam. A imensa maioria, 87%, também apoia o petista quando ele diz que os juros no país são muito altos.
A pregação de Lula contra o BC e suas declarações dúbias sobre a necessidade de corte de gastos contribuíram para a escalada do dólar no país, que chegou a bater na casa de 5,70 reais. O presidente insistiu nessa retórica porque levantamentos da Secretaria de Comunicação Social da Presidência detectaram apoio do eleitorado à ofensiva sobre a autoridade monetária.
Esse cerco só foi deixado de lado depois de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, convencer o presidente de que a escalada do dólar, incentivada também pelos discursos de palanque, poderia ter impactos negativos nos preços de combustíveis e alimentos. Ou seja: na inflação. Foi o suficiente para o presidente recolher, por enquanto, suas armas – e o dólar também recuar.