Um ‘jabuti’ (emenda num projeto alheia ao assunto principal) na PEC 32, da reforma administrativa que tramita na Câmara dos Deputados, uniu policiais e delegados e a grita conjunta deu resultados conforme a coluna Esplanada.
O relator-deputado Arthur Maia (PSD) incluiu parágrafo que dava poderes ao diretor-geral da PF de escolher delegados para investigações, driblando a lei e uma regra interna da corporação. Seria uma clara ingerência do Governo nos inquéritos. Ele recuou.
“Da forma como está o texto, coloca-se dentro da reforma administrativa o controle total do Governo sobre quem vai investigar casos relacionados a questões institucionais. Isso é o início do fim da autonomia investigativa que sempre tivemos”, disse Luís Boudens, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais.
“Essa nova inclusão no texto, permitindo a distribuição de inquéritos por parte do Diretor-Geral, é um absurdo. O ocorre hoje é uma distribuição técnica, onde concorrem os delegados daquela área específica. Novamente o texto da reforma fragiliza a atuação técnica que a Polícia Federal sempre privilegiou”, cravou o presidente da Associação Nacional dos Delegados de PF, Edvandir Paiva.