Diante das declarações do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que revelou na quinta-feira (27) ter tido a intenção de assassinar a tiros o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e depois se suicidar, em 2017, a Corte autorizou a realização de buscas e apreensões em dois endereços de Janot na capital federal: na casa e no escritório de advocacia dele.
O ministro Alexandre de Moraes foi o responsável pela decisão, tomada no âmbito do inquérito que apura ameação contra integrantes do STF. Mais cedo, o magistrado já havia recebido um pedido de Mendes para que o Supremo suspendesse o porte de arma do ex-procurador-geral e o impedisse de acessar o Supremo, em virtude das afirmações feitas por ele.
Os mandados expedidos por Alexandre de Moraes são cumpridos por agentes da Polícia Federal.
O crime que poderia mudar os rumos da história do país ocorreria em razão de críticas a filha de Janot, publicadas na imprensa. Para o integrante do Ministério Público, o magistrado quem teria espalhado as informações. Janot contou que chegou a engatilhar a arma, mas disse que os dedos ficaram dormentes na hora de disparar.
Em nota, Gilmar Mendes lamentou as revelações e disse que Janot pode ter contaminado processos com a intenção de assassinar reputações. “Dadas as palavras de um ex-procurador-geral da República, nada mais me resta além de lamentar o fato de que, por um bom tempo, uma parte do devido processo legal no país ficou refém de quem confessa ter impulsos homicidas, destacando que a eventual intenção suicida, no caso, buscava apenas o livramento da pena que adviria do gesto tresloucado. Até o ato contra si mesmo seria motivado por oportunismo e covardia”, disse Gilmar.