A plataforma digital de Indicações Geográficas (IGs) de cafés, desenvolvida por meio de uma iniciativa do Instituto CNA, emitiu os primeiros selos de rastreabilidade para exportação. Os cafés produzidos na região de Mantiqueira de Minas serão exportados para a Austrália e para o Uruguai.
Mantiqueira de Minas é reconhecida como Denominação de Origem (DO), onde os grãos cultivados na área demarcada seguem regras específicas de produção e critérios do Caderno de Especificações Técnicas. A Aprocam é a entidade que representa, controla e promove a região, por meio das cooperativas Cocarive, Cooperrita e Coopervass, que compõem a instituição.
O diretor executivo adjunto do ICNA, Matheus Ferreira, explicou que, apesar de a plataforma IG ainda não estar concluída, o consumidor já pode acessar o selo com o QR Code, na embalagem do produto, e conferir dados sobre a região em que o café foi produzido, a qualidade, além de vídeos e fotos.
“Buscamos a agregação de valor e a diferenciação dos produtos, ao promover a gestão, o controle e a rastreabilidade das Indicações Geográficas. A plataforma ainda está em desenvolvimento, para ser lançada no segundo semestre, por isso ficamos entusiasmados com esses resultados já alcançados”, disse.
O sistema está sendo desenvolvido pela empresa Agtrace Rastreabilidade Agrícola. A iniciativa de criar a plataforma foi lançada em 2023 pelo Instituto CNA, em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
A plataforma digital vai monitorar o relacionamento com o mercado nacional e internacional, além de potencializar referências como qualidade e origem dos grãos, que possuem IG reconhecida, produzidos no país.
O Brasil possui 114 Indicações Geográficas registradas no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), sendo 88 Indicações de Procedência (IP) e 26 Denominações de Origem (DO). Atualmente, estão registradas 15 IGs de café no país e 14 utilizam a plataforma do projeto.
Mercado Internacional
No final do mês de junho, as 14 IGs participaram da feira internacional World of Coffee 2024, em Copenhague, na Dinamarca. Do total de cafés apresentados no estande da BSCA e ApexBrasil, 12 foram identificados por QR codes e selos de origem gerados pelo sistema ABDI, ICNA e Sebrae.
Associação Brasileira de Cafés Especiais: feira na Europa deve render US$ 146,3 milhões ao setor de grãos especiais
A participação de empresários brasileiros no encontro anual europeu da comunidade global de cafés especiais, chamado World of Coffee, pode render um total de US$ 146,320 milhões em negócios. O prognóstico tem com base 782 contatos comerciais, dos quais 463 com novos parceiros, que renderam US$ 24,518 milhões e a projeção para a realização de mais US$ 121,802 milhões em negócios até junho de 2025, quando a feira voltará a ser realizada, em Genebra, na Suíça. Neste ano o evento ocorreu em Copenhague, na Dinamarca, de 27 a 29 de junho. Se confirmado, esse valor representará um aumento de 9% sobre os US$ 134,131 milhões apurados com a participação na feira em 2023.
As informações são dos 27 empresários nacionais que participaram da feira como ação do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”, desenvolvido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
Segundo a BSCA, a participação brasileira no principal evento de cafés especiais da Europa se deu em dois estandes. Um reservado para que produtores, exportadores e cooperativas, que integram o projeto “Brazil. The Coffee Nation”, expusessem suas marcas em bancadas individuais. E outro onde foram realizadas sessões de cupping, reuniões de negócios em salas reservadas e a apresentação dos cafés arábica e canéfora (rousta ou conilon) de 15 origens produtoras do Brasil com Indicação Geográfica (IG), que foram servidos aos presentes em um brewbar.
Segundo Vinicius Estrela, diretor executivo da BSCA, a inclusão das regiões produtoras com IG nos principais eventos cafeeiros mundiais foi uma novidade que a Associação introduziu no ano passado e que tem o objetivo de fortalecer a imagem do país ao oferecer ao público uma imersão no Brasil, que vai além das experiências sensoriais, descobrindo novas regiões, cultivares, processos de produção, colheita e pós-colheita, além das características típicas de cada origem produtora e a história dos produtores dessas regiões.
Na edição 2024 da feira europeia, foram apresentados e servidos cafés das origens produtoras com IGs das Denominações de Origem (DO) Café da Canastra (MG), Caparaó (ES e MG), Região do Cerrado Mineiro (MG), Mantiqueira de Minas (MG), Matas de Rondônia Robustas Amazônicos (RO) e Café Montanhas do Espírito Santo (ES); e das Indicações de Procedência (IP) de Alta Mogiana (SP), Campo das Vertentes (MG), Café Conilon do Espírito Santo (ES), Matas de Minas (MG), Norte Pioneiro do Paraná (PR), Oeste da Bahia (BA), Região de Garça (SP), Região de Pinhal (SP) e Sudoeste de Minas (MG).