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sábado 30 de novembro de 2019 às 19:04h

Plano pretende colocar Salvador como um dos principais destinos étnico-afros do mundo

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Nove meses de trabalho da Prefeitura que ouviu 510 pessoas, dentre especialistas e atores do turismo étnico-afro como baianas de acarajé, músicos, capoeiristas, representantes dos blocos afro e terreiros, turbanteiras, estilistas, trançadeiras, artistas, griôs, agências e operadoras de turismo e empresários. O Plano de Ação do Turismo Étnico-Afro de Salvador pretende posicionar a capital baiana como um dos principais destinos do mundo neste segmento, que faz parte da característica cultural da cidade, movimentando a economia e a geração de emprego e renda para a população.

O plano foi detalhado pelo prefeito ACM Neto e pelos secretários municipais de Cultura e Turismo (Secult), Cláudio Tinoco, e da Reparação (Semur), Ivete Sacramento, em cerimônia realizada nesta sexta-feira (29), no Teatro Gregório de Mattos (FGM), no Centro. Estiveram presentes também o vice-prefeito Bruno Reis, representantes do trade turístico e do segmento étnico-afro da cidade e imprensa.

“A intenção é fazer com que o plano se transforme em políticas concretas, em ações definitivas e que vão ter impacto na vida das pessoas. Queremos que Salvador se torne um dos principais destinos do mundo no turismo étnico-afro, atraindo turistas que têm interesse na cultura da capital baiana. É uma ação de médio e longo prazo que será deixado como um legado para a cidade”, afirmou ACM Neto.

A secretária Ivete Sacramento destacou que a estratégia um momento histórico para a cidade. “Este é um plano construído em conjunto com o povo negro e para o povo negro. Isso é um fato inédito. Estamos vivendo um momento de prospecção para o futuro e a gente precisa se preparar para esse futuro, cada um fazendo a sua parte. Tenho certeza que esse legado vai ter um resultado muito bom para o nosso povo”, refletiu a titular da Semur.

O secretário Cláudio Tinoco lembrou que o primeiro contrato assinado pela Prefeitura com um organismo de financiamento internacional foi para a área de Turismo, e que o segmento étnico-afro deveria ser contemplado com ações específicas. Ele ressaltou ainda que as áreas de Turismo, Cultura e Reparação andam juntas na capital baiana, e que as ações do plano já começam a partir da próxima semana. “Esta é uma gestão que reconhece Salvador como capital afro e que cumpre a sensibilidade de, não apenas reparar, mas ressaltar a força da cultura afro local”, completou.

Propostas

Com elaboração realizada pelo Consórcio Cria Rumo-Arandas, com a orientação do corpo técnico das secretarias de Cultura e Turismo (Secult) e de Reparação (Semur), o projeto vai receber investimento de R$13,5 milhões para implementação através de recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Prodetur. A proposta visa beneficiar toda a cadeia que faz o turismo étnico afro da cidade através de capacitação, qualificação, articulação de rodadas de negócios e projeção da cidade aos principais mercados emissores nacionais e internacionais.

A estratégia foi definida em quatro eixos de atuação. O primeiro deles, intitulado Informação e Governança, pretende cadastrar produtos, serviços e produtores étnico-afro de Salvador para dar visibilidade, ampliar e gerir esse acervo de opções turísticas. Dentre as ações estão a implantação de website, criação de calendário de encontros temáticos, com rodadas de negócios, e criação de Grupo de Trabalho no Conselho Municipal de Turismo.

O segundo eixo é o Capacitação e Renda, que pretende capacitar os afroempreendedores para que melhorem as ofertas de produtos e serviços, gerando aumento de renda e movimentando a economia da cidade. Para isso, será criada uma plataforma educacional de capacitação e consultoria que fará parte do ciclo de capacitação e negócios, composto por cursos/oficinas, consultorias/mentorias e rodadas de negócios.

O eixo 3 trata dos Produtos Turísticos, com objetivo de criar produtos turísticos afro e fortalecer os tradicionais. Dentre as ações está o Salvador Capital Afro, movimento a ser realizado em novembro de 2020 para comercializar produtos e serviços do segmento. Também serão promovidos a Sistematização de Experiências e Roteiros Turísticos e o fortalecimento das baianas.

Por fim, o Eixo 4 traz as Ações Integrativas, que vão integrar o turismo étnico-afro com outras inciativas da Prefeitura e criar um sistema de divulgação para o setor. As ações englobam o reforço da comunicação através das áreas de Relações Públicas e Assessoria de Imprensa, e a integração com outras iniciativas, a exemplo do Selo da Diversidade, Quali e Capacita Salvador e Estratégia de Turismo Digital.

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