Ao falar sobre o programa de governo do PT para a campanha presidencial, a presidente nacional do partido, senadora Gleisi Hoffmann, afirmou nesta última sexta-feira (20) que os pontos do plano do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato, conversam “com o povo”, e não com o mercado financeiro.
“O nosso pressuposto é sempre ter responsabilidade fiscal com responsabilidade social. Nós já governamos o País. Todo mundo sabe como trabalhamos as contas públicas e nós temos que falar com o povo, e não com o mercado”, disse Gleisi.
Na área econômica, o plano propõe intensificar a oferta de “crédito barato” a famílias e empresas, fazer uma reforma tributária que promova justiça fiscal e revogar as medidas do governo Michel Temer, como as mudanças legislativas e as privatizações.
A líder petista afirmou que o programa “é um dos mais avançados” que o PT fez desde 1989. Pela primeira vez em um plano de governo, por exemplo, está a proposta de “redemocratização dos meios de comunicação de massa”, bandeira história de setores mais radicais do partido. Gleisi explicou que se trata de uma “regulação econômica” da mídia. “Na realidade, é uma proposta super liberal. Todos os países desenvolvidos regulam seus meios de comunicação, então não é novidade nenhuma, é regulação econômica.”
O programa ainda será detalhado até o próximo dia 26, quando a equipe coordenada pelo ex-prefeito Fernando Haddad deve finalizar a primeira versão do plano de governo com a coordenação de campanha.
Fake news
Ao comentar o fato de o PT não ter assinado o compromisso do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a disseminação de notícias falsas, as chamadas fake news, Gleisi disse que há um temor de que a fiscalização do TSE recaia sobre sites de notícias de esquerda.
A informação sobre a ausência do PT no compromisso foi relevada pelo jornal Valor Econômico. “Queremos saber quais são as regras”, pontuou Gleisi, reiterando que o partido e ela sempre se colocaram contra fake news e são vítimas da disseminação de informações falsas.
Por Daniel Weterman