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Indústria cresceu 0,9% no período e, junto com serviços, cresceu 0,6% no trimestre - Foto: Germano Luders/
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sexta-feira 1 de setembro de 2023 às 09:15h

PIB avança 0,9% no 2º tri, com crescimento de indústria e serviços

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O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou expansão de 0,9% no segundo semestre de 2023, quando comparado ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Os dados mostram uma desaceleração em relação ao crescimento de 1,8% (dado revisado) nos três primeiros meses do ano, mas vem bem acima da expectativa do mercado financeiro, que projetava um crescimento entre 0,2% e 0,3% no período. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e foram divulgados nesta sexta-feira, 1º de setembro.

O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, totalizou R$ 2,651 trilhões em valores correntes no trimestre encerrado em junho. Com esse resultado, houve avanço de 3,7% no primeiro semestre do ano.

O resultado, acima do esperado, deve motivar mais uma rodada de revisões do resultado do PIB. Na divulgação do primeiro trimestre, o mercado estimava que a economia brasileira avançasse 1,3%, já na última segunda-feira, a estimativa do Boletim Focus estava em 2,3%.

A alta do segundo trimestre é explicada, sob a ótica da produção, pelo bom desempenho da indústria (0,9%) e dos serviços (0,6%). Como as atividades de serviços respondem por cerca de 70% da economia do país, o resultado do setor influencia ainda mais a expansão do PIB. “O que puxou esse resultado dentro do setor de serviços foram os serviços financeiros, especialmente os seguros, como os de vida, de automóveis, de patrimônio e de risco financeiro. Também se destacaram dentro dos outros serviços aqueles voltados às empresas, como os jurídicos e os de contabilidade, por exemplo”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis. O setor de serviços está há 12 trimestres sem variações negativas e também se encontra no ponto mais alto da sua série.

As atividades industriais ficaram no campo positivo pelo segundo trimestre seguido, após a variação de -0,2% nos últimos três meses do ano passado. A expansão do segundo trimestre é relacionada aos resultados positivos das indústrias extrativas (1,8%) da construção (0,7%), da atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (0,4%) e das indústrias de transformação (0,3%).

Nas indústrias extrativas, o destaque é a extração de petróleo e gás e a de minério de ferro, produtos relacionados à exportação. A variação do segundo trimestre é a quinta seguida positiva do setor extrativo.

A agropecuária foi o único dos três grandes setores da economia a recuar no trimestre (-0,9%). A retração vem após o avanço de 21,0% no primeiro trimestre e se deve, principalmente, à base de comparação elevada. “Se olhamos o indicador interanual, vemos que a agropecuária é a atividade que mais cresce. O resultado é menor porque é comparado ao trimestre anterior, que teve um aumento expressivo. Isso aconteceu porque 60% da produção da soja é concentrada no primeiro trimestre”, analis Palis.

Sob a ótica da demanda, o destaque fica pelo consumo das famílias, que cresceu 0,9%. É a maior alta desde o mesmo período do ano passado (1,6%). “O mercado de trabalho vem melhorando constantemente, há o crescimento do crédito e várias medidas governamentais como incentivos fiscais, vide redução de preços de automóveis, e os reajustes nos programas de transferência de renda, notadamente o Bolsa Família”, diz.

Também frente ao trimestre anterior, o consumo do governo cresceu 0,7%, quarto resultado positivo seguido. Quanto aos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo), o cenário foi de estabilidade (0,1%). A taxa de investimento foi de 17,2% do PIB, inferior à do mesmo período de 2022 (18,3%). Esse indicador representa a parcela de investimentos no total da produção de bens e serviços finais produzidos no país. De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais, o resultado é ligado à queda da produção interna de bens de capital, como são chamados os itens que são usados para produção de outros produtos por mais de um período, como máquinas e equipamentos.

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