A atual gestão do procurador-geral da República, Augusto Aras, promoveu um novo impulso à negociação de delações premiadas e tem uma lista de dez novos acordos. De acordo com informações do jornal O Globo, as investigações devem atingir, principalmente, parlamentares do Congresso Nacional e esquemas de corrupção nos estados, incluindo o Poder Judiciário.
Essa retomada de delações premiadas marca uma mudança em relação à gestão anterior, da procuradora-geral da República Raquel Dodge. Durante seus dois anos à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR), Dodge só assinou dois grandes acordos de colaboração na Lava-Jato: do lobista Jorge Luz e do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro. Outros acordos menores também foram firmados, principalmente perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
De acordo com a reportagem, nenhuma das novas delações é desdobramento das investigações da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Nos últimos meses, Aras tem feito críticas aos procuradores da operação paranaense, que veem como incerta a prorrogação da atual estrutura da força-tarefa, até que se defina a transição para um novo modelo de trabalho.
Baiano, Augusto Aras foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro e tomou posse em setembro de 2019. Desde então, passou a ser um dos cotados a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) por conta dos acenos feitos ao chefe do Poder Executivo.