A Polícia Federal deve passar por uma reestruturação no próximo ano. O órgão planeja transformar uma diretoria em três: uma de combate à corrupção, outra antidrogas e uma terceira contra crimes fazendários.
A PF também deve segundo o jornal Folha de S. Paulo ter um outro novo cargo, de um adjunto, que será o braço direito do diretor-geral.
André Mendonça (Justiça) está à frente das tratativas com a Economia. Ele vai abrir mão de funções do ministério para a criação dos cargos. As conversas começaram no meio do ano.
Ainda não há prazo nem manifestação definitiva dos técnicos da Economia, mas Mendonça determinou que o desenho do novo prédio da polícia, com inauguração prevista para fevereiro, considere os novos cargos.
Atualmente, esses três temas estão dentro de uma mesma diretoria, da Dicor (Combate ao Crime Organizado), que deve deixar de existir para dar lugar às novas. A pasta é chefiada pelo delegado Igor Romário, um dos nomes mais ligados ao período mais importante da Lava Jato.
Nos bastidores, é dado como certo que Romário deve sair da cúpula da PF com a reestruturação.
As justificativas principais para a reestruturação são a valorização e o fortalecimento das áreas de polícia judiciária
A Dicor tem atualmente quatro coordenações-gerais sob sua responsabilidade: a de corrupção e lavagem de dinheiro, de repressão a drogas, de crimes fazendários e crimes contra direitos humanos.
Também novidade, o diretor-adjunto teria três atribuições principais, segundo o escopo planejado: 1) cuidar de questões burocráticas e administrativas, 2) ser o substituto do diretor-geral, função hoje exercida pelo diretor-executivo do órgão, e 3) mediar eventuais conflitos de logística das três diretorias.
Sobre o terceiro ponto, a principal preocupação é com a realização de operações, para que não ocorra duas (uma de cada área) planejadas para o mesmo dia, por exemplo. Hoje, o Dicor arbitra essas questões.
A reestruturação voltou a ser tema neste ano a partir de sucessivos pedidos da coordenação-geral de drogas da PF para a criação de uma diretoria específica área.
O ministro da Justiça, no entanto, decidiu ampliar as mudanças, dizendo que não havia sentido criar uma diretoria antidrogas e não criar uma de combate à corrupção.