sexta-feira 17 de maio de 2024
Zeca Dirceu (à esq.), Requião Filho (ao centro) e Gleisi Hoffmann miram candidatura petista ao Senado caso Sergio Moro (União) tenha mandato cassado pela Justiça Eleitoral Montagem com fotos de Pablo Valadares/Câmara dos Deputados, Eduardo Matysiak/Divulgação e Lucas Tavares/O Globo
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quarta-feira 19 de julho de 2023 às 06:35h

Petistas se antecipam à possível cassação de Moro e abrem disputa por vaga que nem existe no Senado

NOTÍCIAS, POLÍTICA


De olho em uma eventual cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e na eleição para a prefeitura de Curitiba, o PT vive uma disputa interna no Paraná. A presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, e o líder da sigla na Câmara, Zeca Dirceu, pleiteiam a preferência nas articulações regionais e enfrentam a concorrência do ex-senador Roberto Requião. Ele ameaça deixar a legenda caso não seja o candidato a uma hipotética vaga no Senado.

Requião, que concorreu ao governo do Paraná em 2022 pelo PT em um palanque com Lula, alega ter sido isolado devido a um suposto “acordo velado” entre o governador reeleito Ratinho Jr. (PSD) e caciques petistas no estado. O ex-senador também esteve no páreo para assumir a presidência da usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu (PR), mas perdeu a queda de braço para Gleisi, que emplacou no posto o ex-deputado Enio Verri, seu aliado.

‘Parece que tem dono’

Embora aliados de Requião classifiquem Gleisi como o “principal obstáculo” do ex-senador, também há ressentimentos com Zeca Dirceu devido à amizade deste com Ratinho Jr. Na última campanha, o ex-ministro José Dirceu, pai de Zeca e um dos aliados mais antigos de Lula, se encontrou com o governador do Paraná e tentou aproximá-lo do atual presidente.

Cientes da concorrência interna, Gleisi, Requião e Zeca Dirceu já se colocaram à disposição para disputar uma vaga no Senado que, por ora, não existe. A cúpula petista conta com resultados desfavoráveis para Moro em julgamentos no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por supostos gastos irregulares na pré-campanha de 2022. Os casos são frutos de ações apresentadas por PT e PL, e podem levar à cassação do ex-juiz, o que forçaria uma eleição suplementar ao Senado.

— Requião seria um nome natural (ao Senado), já que o PT nunca teve uma votação tão alta ao governo quanto em 2022. Mas é um partido complicado, parece que tem dono. A bancada federal age como se tivesse medo que a gente ganhe espaço —criticou o deputado estadual Maurício Requião, filho do ex-senador e líder do PT na Assembleia Legislativa do Paraná.

A depender do cronograma da Justiça Eleitoral, uma eventual eleição suplementar poderia ocorrer junto com a corrida municipal do ano que vem. Correligionários no PT avaliam que o filho de Dirceu, que tem menos bagagem política do que Gleisi e Requião, busca se cacifar à prefeitura de Curitiba e, por isso, está aberto a alianças com os concorrentes.

Um interlocutor de Requião avalia que “não seria um problema” apoiar Zeca na eleição municipal, mas pondera que os atritos internos tornam incerto o futuro do ex-senador no PT. Requião vem conversando com Rede e Solidariedade sobre uma possível filiação para disputar o Senado.

Em meio à movimentação no Paraná, Gleisi e Zeca Dirceu vêm acumulando arestas. O líder do PT na Câmara tem relação conturbada com o também deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), namorado de Gleisi. Após terem concorrido pela liderança do partido na Casa, Zeca vetou a presença de Lindbergh entre os membros titulares da CPI dos Ataques Golpistas. Nos bastidores, ele alegou que o colega vinha se excedendo em críticas à pauta econômica do governo. A explicação não foi bem digerida no entorno de Gleisi.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, Zeca disse que o PT está “atrasado” na preparação para as eleições municipais, e cobrou Gleisi e a direção partidária para que se ocupem “prioritariamente” disso. Segundo o deputado, a presidente do PT não se apresentou ao partido como pré-candidata à vaga de Moro.

Em suas redes sociais, a primeira-dama Rosângela Silva referiu-se a Gleisi como “futura senadora” ao divulgar um encontro com a deputada, em junho. Gleisi, que integra o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT, responsável pela articulação de candidaturas em todo o país para o pleito municipal de 2024, afirmou ao GLOBO que está “à disposição” para concorrer ao Senado.

— Meu nome está à disposição, mas para planejamento de campanha tem de haver o resultado do processo de cassação e essa ser confirmada — declarou.

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