Um dos 13 deputados federais baianos a votar contra o texto base da reforma da Previdência, Nelson Pelegrino (PT) relatou hoje, em entrevista ao radialista Mário Kertsz, sobre como foi “duro” o embate na Câmara e de como ficou “surpreso” com o placar de 379 votos a favor matéria, número que alega ter refletido a liberação de emendas e empenhos feitos pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) nos últimos dias.
“Sabemos como chegou a essa votação. A grande maioria recebeu R$ 40 milhões de emendas, alguns até mais. Me preocupa a questão dos empenhos, porque a gente sabe que é um dinheiro reserva e, nesse caso, foram feitos acordos sem a existência de rubrica orçamentária, o que pode gerar cancelamento no futuro”, declarou Pelegrino. “Esse governo não é muito bom de acordo”, completou.
Na última segunda-feira (8), Pelegrino participou de reunião convocada pelo governador Rui Costa (PT) para tratar de pautas como o fim da Lei Kandir, o repasse anual de royalties do pré-sal, a lei Mansueto e outras que beneficiam a Bahia, mas estavam travadas em Brasília, as informações são do Política Livre.
A negociação dos pontos liberaria, em tese, a bancada da base de Rui para o voto a favor da reforma, pois as necessidades do Estado estariam atendidas. Apesar da garantia de destrave dos pontos de interesse da Bahia, reforçado ontem pelo senador Otto Alencar (PSD), que disse ter negociado pessoalmente com presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Pelegrino e outros 12 deputados da base do governador, majoritariamente do PT, PCdoB e PSB, votaram contra o texto base.