A proposta de emenda à Constituição (PEC) em discussão no Senado que cria um auxílio de R$ 1.000 para caminhoneiros e reajusta os valores do Auxílio Brasil e do Auxílio Gás será modificada Augusto Fernandes, do R7, para prever um subsídio a taxistas. A estimativa é de que o benefício à categoria custe, no mínimo, R$ 2 bilhões. Para receber o benefício, os taxistas terão de apresentar um documento de permissão para prestação do serviço emitido pelas prefeituras.
A criação do auxílio a motoristas de táxi foi sugestão do senador Eduardo Braga (MDB-AM). A proposta do parlamentar era de que o governo federal gastasse R$ 3 bilhões até o fim do ano para pagar um benefício aos taxistas com rendimento familiar mensal de até três salários mínimos. O objetivo é atenuar os impactos dos preços da gasolina.
Além dos taxistas, a sugestão de Braga era de que o benefício fosse destinado a motoristas de aplicativos e a condutores ou pilotos de pequenas embarcações com motor de até 16hp, também com renda familiar de três salários mínimos. O senador ainda propôs um auxílio mensal de R$ 100 a mototaxistas.
No entanto, a liderança do governo no Senado concordou apenas com o benefício a taxistas, visto que o repasse à categoria seria mais fácil de ser efetuado, e definiu um valor máximo de R$ 2 bilhões para a iniciativa. As demais classes, de acordo com os parlamentares, poderão ser atendidas em outra proposta.
Nesta quinta-feira (30), o Senado pretende votar a PEC. Os R$ 2 bilhões delimitados pelo governo podem ser alterados ao longo da análise da matéria. Os senadores discutirão, ainda, qual será o valor individual do subsídio para cada taxista. Inicialmente, Braga sugeriu R$ 300, mas ainda não houve consenso com a base governista.
Além do benefício a taxistas, o governo concordou em destinar ao menos R$ 500 milhões para aprimorar o programa Alimenta Brasil, que tem como finalidades promover o acesso à alimentação e incentivar a agricultura familiar.
Para o alcance desses dois objetivos, o programa compra comida produzida pela agricultura familiar, com dispensa de licitação, e os destina a pessoas em situação de insegurança alimentar.
Benefícios propostos na PEC
A PEC prevê a criação de um auxílio aos caminhoneiros no valor de R$ 1.000 mensais, entre julho e dezembro deste ano. A estimativa é que o benefício custe R$ 5,4 bilhões e beneficie quase 900 mil profissionais. Para evitar o recebimento indevido do auxílio, somente transportadores registrados como autônomos até 31 de maio de 2022 farão jus ao benefício.
Além disso, o Auxílio Brasil passará dos atuais R$ 400 para R$ 600, o que vai representar um custo de R$ 26 bilhões. De acordo com a PEC, o governo terá de zerar a fila para recebimento do benefício. A previsão é que o programa passe a atender 19,8 milhões de famílias.
A PEC ainda determina que o valor do Auxílio Gás seja dobrado. Atualmente, as famílias beneficiadas têm direito a um valor equivalente ao preço de meio botijão de gás de 13 kg por bimestre. Com a proposta, o auxílio será elevado para o equivalente a um botijão de gás a cada dois meses. O novo valor valerá até o fim de 2022.
Outra proposta é a compensação a empresas do transporte público urbano e metropolitano. O objetivo é minimizar as perdas das companhias em razão da gratuidade da tarifa oferecida a passageiros com 60 anos ou mais, conforme previsto no Estatuto do Idoso. O custo estimado é de R$ 2,5 bilhões.