O PDT sinalizou interesse em ver de volta a seus quadros o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede-PE), que deixou o partido no final de 2021, mas o cenário é tido por integrantes da legenda como desafiador diante da possibilidade de que isso signifique a perda do mandato do parlamentar.
Gadêlha deixou o PDT em dezembro de 2021 após divergências com o partido —ele discordou, por exemplo, do apoio pedetista à candidatura de João Campos (PSB) à Prefeitura de Recife em 2020.
As conversas entre o deputado e o PDT ocorrem em meio a movimentações para as eleições municipais. Segundo interlocutores, Gadêlha cogita disputar a prefeitura, mas a federação PSOL-Rede deve lançar a deputada estadual Dani Portela (PSOL) ao pleito.
Caso migre para o PDT, seu nome poderia entrar na corrida municipal. Hoje, a vice de João Campos, Isabella de Roldão, é do partido. No entanto, a crise em que o PDT está mergulhado no Ceará pode provocar mudanças nessa equação. Isso porque o senador Cid Gomes, irmão do ex-presidenciável Ciro Gomes, pode trocar o PDT pelo PSB.
Um rompimento entre os partidos no Ceará poderia levar a uma ruptura na capital pernambucana, fator agravado pela pressão do PT para indicar a vice do atual prefeito, o que tiraria o PDT da gestão municipal.
A migração de Gadêlha ao PDT enfrenta um entrave: a possibilidade de perda do mandato parlamentar. Conforme as regras do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), as hipóteses para desfiliação justificada são desvio do programa partidário, discriminação política pessoal e mudança na chamada janela partidária.
Gadêlha tem enfrentado problemas internos na Rede —aliado da ministra Marina Silva (Meio Ambiente), ele é acusado por aliados de Heloísa Helena de agir em conluio com uma tesoureira afastada pela presidente do partido.