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sábado 17 de setembro de 2022 às 20:11h

PDT deve engolir de novo ‘sapo barbudo’ Lula no 1º turno em 2022, pregam ex-secretários de Brizola

NOTÍCIAS, POLÍTICA


“Não seria fascinante fazer as elites brasileiras engolirem Lula, o sapo barbudo?” A frase dita por Leonel Brizola após a derrota, no primeiro turno da eleição de 1989, para defender o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a ecoar nas fileiras do PDT. Um grupo de brizolistas veteranos defende que o candidato do partido à Presidência, Ciro Gomes, renuncie à disputa. Querem que seu partido apoie o petista ainda no primeiro turno. Para pressionar a direção partidária e apoiar Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, esses militantes, promoverão um ato na próxima quarta-feira, 21, no Rio. Alguns são integraram os governos de Brizola, morto em 2004 e que em 2022 completaria 100 anos. O presidente do PDT, Carlos Lupi, diz que o grupo não pertence mais ao partido.

“Trabalhistas e PDTistas históricos! “Vamos engolir o sapo barbudo de novo!” O Trabalhismo Socialista e Democrático integra o campo das esquerdas. Não podemos esmorecer na luta antifascista! Precisamos de todo “voto consciente ” para a luta contra a barbárie. Hoje, Lula da Silva é a resposta viável, justa e popular na luta antifascista”, diz parte do manifesto que será apresentado pela ala brizolista na próxima semana.

A frase foi dita por Brizola em um congresso extraordinário do PDT, no Riocentro, na zona oeste carioca, após o primeiro turno da eleição . Na época, Lula foi considerado um “sapo” duro de engolir por Brizola, que não foi o segundo turno por uma diferença de 454.445 votos – 0,67%. O resultado frustou o sonho presidencial do pedetista e revoltou os brizolistas. Mesmo assim, Brizola apoiou Lula na rodada final, vencida por Fernando Collor de Mello (PRN).

Os brizolistas defendem que lideranças e militantes do PDT adotem o que chamam de “voto consciente” em Lula. Aliados históricos de Brizola avaliam que o que chama de voto “BrizoLula” já no primeiro turno é a escolha mais segura. O objetivo é derrotar o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição. Um dos fundadores do PDT, o advogado Carlos Roberto Siqueira Castro ataca as críticas de Ciro a Lula. Também defende que as “forças democráticas” se aglutinem em torno da candidatura petista. Siqueira Castro chefiou a Casa Civil no segundo governo de Leonel Brizola no Rio. Foi de 1991 a 1994.

“O candidato Ciro Gomes faz críticas injustas e despropositadas contra o ex-presidente Lula, que mantém favoritismo nesta eleição. Não é uma postura construtiva. Ciro tem o seu valor e sua contribuição ao País. Foi ministro, governador, deputado… mas está praticando um discurso deletério, ofensivo a Lula e injusto”, diz Siqueira Castro.

Para ele, PSDB e MDB, que apoiam a senadora Simone Tebet na disputa pelo Palácio do Planalto, também deveriam se unir ao ex-presidente.

“O divisionismo dentro das forças democráticas apenas contribui para Bolsonaro, que é uma hecatombe na vida brasileira. O próprio MDB e PSDB deveriam tentar se unir e apoiar Lula nessa eleição para encerrar essa tragédia. Confio que o candidato Ciro Gomes possa fazer um exame de consciência, alterar os cursos de suas manifestações e encerrar essas críticas contra um aliado, que é Lula”, diz.

Como mostrou o Estadão, a campanha de Lula agora terá como foco atrair o eleitorado de Ciro e Simone já no primeiro turno. Trata-se de uma estratégia para evitar uma segunda rodada de votação contra Bolsonaro. O presidente está em segundo lugar nas pesquisas eleitorais.

Ciro tem reagido duramente ao discurso de petistas pelo voto útil em Lula. Em um compromisso de campanha nesta semana, acusou o PT de fazer “terrorismo e fascismo de esquerda” ao pregar que a eleição seja encerrada em primeiro turno.

“O fascismo está saindo do bolsonarismo doente para o petismo fanático. É fascismo puro do Lula e do PT, e isso nós temos que derrotar”, disse.

O historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva foi secretário de Estado interino e subsecretário de Estado de Educação de Brizola. Para ele, Ciro deveria repetir o gesto do ex-governador em 1989, quando apoiou Lula após a derrota no primeiro turno.

“A República é marcada por um valor chamado gravitas (gravidade, em latim, significando honra e ética). A gravitas está sendo ameaçada por essa campanha cheia de ódio, acusações e ofensas pessoais, coisas que Brizola, por mais veemente e frasista que fosse, nunca chegava a esse nível. Nós já temos um candidato que é o representante do ódio e da morte. Ciro não deve levar nenhum tipo de mágoa ou rancor para o debate”, diz.

O candidato a deputado federal pelo PT do Rio Leonel Brizola Neto também convocou os brizolistas a votarem em Lula. Um dos netos do fundador do PDT, ele diz que os brizolistas devem se lembrar do “gesto de grandeza” de seu avô. “Nós, brizolistas, no ano de seu centenário, temos a obrigação de não deixar o legado do ex-governador cair em esquecimento. Somos seus herdeiros políticos, e o momento que estamos vivendo nos convoca a uma tarefa histórica, que é eleger Lula presidente”, diz.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, afirma que o grupo brizolista é formado por ex-pedetistas. Alguns, afirma, são filiados ao PT e ao PSB. Segundo ele, estão inconformados com a candidatura própria do partido à Presidência. “Todos ex-PDT ou que estão no PT e PSB e querem fazer dissidência, se não são nossos filiados, estão a serviço do PT”, diz.

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