A frente da Caixa Econômica Federal e responsável por toda a operação financeira que viabilizou os pagamentos do Auxílio Emergencial, o economista Pedro Guimarães se prepara para comandar a partir de agora o sistema de pagamentos que dará sustentação ao novo programa social do governo, o Auxílio Brasil. Entrevistado desta semana do Amarelas On Air, programa de entrevistas da revista Veja, Guimarães afirma que o governo está comprometido com a lisura do processo e nega um viés eleitoreiro do novo programa.
“Essa questão, ela não é política. Ela é uma necessidade. O aumento efetivo de R$ 190 (do Bolsa Família), que é a média, para R$ 400 (no Auxílio Brasil) é uma necessidade”, diz Guimarães. Na entrevista, o presidente da Caixa negou que o governo tenha mudado de rumo desde a posse do presidente Jair Bolsonaro. Questionado sobre o casamento do presidente com o Centrão e as negociações para se filiar ao PL de Valdemar Costa Neto, não mudou em nada a adoção de uma política de meritocracia na Caixa e em outras estatais.
“É claríssimo o rumo e a determinação em todas as estatais que é uma questão 100% meritória. Isso é claro. E é por isso que os resultados são recorde. Se tivéssemos qualquer diferença de meritocracia, os resultados não seriam recordes”, afirmou Guimarães. “De uma maneira muito clara: não mudou nada. Nunca ninguém chegou e fez nenhum pedido para mim. E a conversa é muito clara. Até o fim de 2022.”
Tido como um dos nomes com capacidade de assumir o Ministério da Economia no caso de uma saída de Paulo Guedes, Guimarães nega que a gestão do novo programa e do Auxílio Emergencial ajudem a alimentar aspirações de assumir a vaga ou de alçar voos mais altos na política. “Não há essa discussão. O ministro Paulo Guedes tem a total confiança do presidente. Ele é uma pessoa que estava no governo antes, o que foi muito importante. E o que a gente tem feito na economia é transformacional.”