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sexta-feira 10 de abril de 2020 às 12:06h

Paulo Guedes admite que, se crise avançar após julho, PIB pode ter queda de 4% este ano

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Na tentativa de organizar as pautas da equipe econômica no Congresso, o ministro da Economia Paulo Guedes admitiu a senadores na noite desta quinta-feira que, se a paralisia gerada pelo avanço do coronavírus se estender depois de julho, o PIB (Produto Interno Bruto) poderá ter uma queda de 4% este ano.

Conforme o jornal O Globo, o ministro também já não esconde que a tendência é de retração na atividade econômica em 2020. Em videoconferência, ele ponderou, no entanto, que o cenário é impreciso porque depende do tempo em que as atividades no país ficarão desaceleradas por causa da pandemia.

O ministro passou a semana se reunindo com grupos de deputados e senadores em um apelo pela aprovação de medidas do interesse da equipe econômica. Em outra frente, nas conversas, Guedes também pediu que os parlamentares retenham propostas com impacto fiscal fora do horizonte da pasta.

Ontem, em reunião remota com um grupo de senadores que se consideram independentes, ele disse que, caso a desaceleração causada pela propagação do vírus dure dois ou três meses, a queda do PIB pode chegar a 1,5%. Mas, se a crise avançar depois de julho, a previsão pula para 4%.

Guedes, porém, quis dar um tom de otimismo à conversa, segundo parlamentares. Disse que o Brasil vai “surpreender”.

Para isso, voltou a defender o congelamento do salário de servidores públicos por dois anos, como fez em reunião com deputados; a destinação de R$ 20 bilhões para a saúde; as medidas provisórias enviadas pelo governo; e a aprovação do chamado “Orçamento de Guerra”.

Sobre o último ponto, ouviu a reclamação de parte dos participantes sobre o trecho do projeto que permite ao Banco Central a compra direta das carteiras de crédito e títulos das empresas. Esse é o principal ponto de divergência no Senado sobre a proposta, que deve ser votada na segunda-feira com mudanças.

Orçamento de guerra

Guedes respondeu que 70% do texto do “Orçamento de guerra” foi feito por sua equipe, mas que essa parte foi inserida na Câmara.

O trecho é defendido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com quem Guedes tem divergido sobre as medidas para enfrentar a crise. O incômodo com Maia ficou ainda mais evidente quando Guedes falou sobre o auxílio emergencial a estados e municípios, que deve ser votado na Câmara na próxima semana.

É uma adaptação do Plano Mansueto, um programa do governo com o mesmo objetivo, mas que, segundo Guedes, foi alterado com “exageros” no socorro.

Nesse sentido, ele pediu aos senadores que contenham os excessos da medida, quando o texto chegar à Casa. Maia diz que o impacto é de R$ 35 bilhões, além da suspensão das dívidas dos estados com a União, totalizando R$ 85 bilhões. Já técnicos da equipe econômica preveem que esse valor chegue a R$ 180 bilhões.

No apelo pela contenção de impactos fiscais, Guedes pediu que a análise das medidas desconsidere ideologias políticas. Um dos participantes diz que “Guedes procurou defender que há um piloto na economia – o ministério – e que é a pasta quem deve orquestrar as medidas nessa área”.

Nas últimas semanas, sem alinhamento com o governo, Câmara e Senado defenderam ou votaram propostas de parlamentares para enfrentamento da crise. Uma delas, por exemplo, estende o alcance do auxílio de R$ 600 a trabalhadores informais e intermitentes. Outra prevê uma linha de crédito para micro e pequenas empresas.

Congelamento de salário de servidor

A nova postura de Guedes e de integrantes da cúpula do governo, que também tentam se aproximar de parlamentares, foi adotada esta semana e já produziu efeitos. Na quarta-feira, dois senadores desistiram da votação de dois projetos com impactos fiscais depois de apelos do governo.

A sessão do Senado acabou sem votação e com uma reflexão conjunta sobre a necessidade de administrar melhor as propostas que chegam para votação.

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