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terça-feira 12 de setembro de 2023 às 15:53h

Parceria entre Petrobras e árabes prevê desenvolvimento de biocombustíveis na Bahia

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A Petrobras e o grupo árabe Mubadala Capital assinaram no último dia 3 segundo Thiago Teixeira, do Bahia Notícias, um Memorando de Entendimento (MOU) que permitirá que as duas empresas explorem um possível investimento da Petrobras em um projeto de biocombustível em desenvolvimento pela Mubadala na Bahia.

A ideia, de acordo com o Mubadala, é desenvolver uma biorrefinaria que produzirá diesel renovável, também chamado de diesel verde, além do Combustível Sustentável de Aviação (SAF) a partir da macaúba, uma árvore nativa brasileira.

O MOU, ainda de acordo o grupo do Oriente Médio, se baseia segundo o Bahia Notícias, em um acordo assinado em abril de 2023 entre a Acelen e o estado da Bahia. Vale lembrar que o Mubadala Capital é dono da Acelen, empresa que administra a Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves (RLAM), que fica em São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). A refinaria foi adquirida junto à Petrobras em novembro de 2021 por um montante de US$ 1,8 bilhão (aproximadamente R$ 10,1 bilhões na cotação da época).

Produção de biocombustiveis

Ao Bahia Notícias, a gerente de Negócio de Processos Químicos e Petroquímicos do Senai Cimatec, Otanéa Brito, explicou que a produção de qualquer biocombustível ocorre a partir de uma biomassa (como a soja, milho ou a própria macaúba), ou então através de rejeitos, a exemplo dos resíduos industriais.

“Hoje no Brasil existem algumas usinas de tecnologia que estão sendo desenvolvidas e com esse direcionamento da diminuição da emissão de gás carbônico (CO2), a utilização da biomassa para a produção de energia tem sido cada vez mais forte”, afirmou a especialista.

Ela ainda pontou que diversos aspectos são analisados nesse processo. “O tipo da biomassa, a disponibilidade da biomassa, se ela concorre ou não com o setor alimentício. Tudo isso é analisado na indústria e na academia para que se consiga identificar as biomassas que podem ser utilizadas para a produção de biocombustíveis”, completou Otanéa Brito.

A gerente ainda explicou a Thiago Teixeira, do Bahia Notícias, que essas biomassas são analisadas em sua composição química e, a partir de processos químicos e biotecnológicos, elas podem ser tranformadas em combustíveis. “Assim como o petróleo que, a partir de reações químicas que acontecem, é transformado em seus derivados, como o combustível, do mesmo jeito ocorre com a biomassa. Só que os processos são específicos”, disse Otanéa.

Com o sinal verde para a produção de biocombustíveis, o próximo passo agora é a biorefinaria. De acordo com Otanéa, já há estudos para o desenvolvimento desses empreendimentos. “Aqui na Bahia já existem alguns estudos relacionados à biorrefinaria para que, a partir de algumas biomassas, ocorra a produção de calor, eletricidade e biocombustíveis”, afirmou a gerente do Senai Cimatec.

Macaúba

Em dezembro de 2014, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), já havia sinalizado que o potencial da macaúba como matéria-prima para a produção de biodiesel. Na época, a empresa informou que desde 2006, os pesquisadores da Embrapa Cerrados (DF) vinham realizando estudos de melhoramento genético da macaúba, de desenvolvimento de sistemas de produção, de qualidade da matéria-prima e de processamento do óleo, estando também prevista a análise socioeconômica e de impactos ambientais.

Após o acordo assinado em abril de 2023 entre a Acelen e o estado da Bahia, o governo baiano informou que, durante a primeira fase do projeto, seriam usados óleo de soja e matérias-primas complementares, que possuem o maior volume disponível e competitividade no país. Na segunda etapa, a ideia é usar o óleo de macaúba e óleo do dendê, com previsão de início de plantio em 2025.

Ainda de acordo com o governo do Estado, o projeto prevê o plantio em área de 200 mil hectares, priorizando terras degradadas, o equivalente a 280 mil campos de futebol.

Cooperação

Sobre o acordo de cooperação, Oscar Fahlgren, CIO (Chief Investment Officer) e diretor-geral da Mubadala Capital do Brasil, afimou que “a produção de energia renovável a partir de culturas agrícolas nativas brasileiras é um empreendimento inovador, com o potencial de transformar positivamente o Brasil e o cenário global de energia para as próximas gerações.”

Já o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, destacou conforme o Bahia Notícias, que o memorando está alinhado com nossa visão estratégica, que busca preparar a estatal para o que chamou que “futuro mais sustentável e contribuir para o sucesso de nossos planos de transição energética”.

“Estamos entusiasmados em explorar oportunidades de investimento nesse projeto, que acreditamos, diversificará ainda mais o portfólio da empresa e apoiará nossa meta de nos tornarmos neutros em termos de emissões até 2050,” reforçou o presidente da Petrobras.

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