Com o propósito de eleger Lula presidente, o planejamento do PT para as eleições nos estados vai priorizar palanques competitivos de aliados a candidaturas próprias para governador.
O partido, em geral criticado por impor hegemonia e dividir votos da esquerda, tende a lançar conforme a Folha de S. Paulo, menos candidatos e buscar mais alianças em 2022.
A estimativa é de que o partido lance nomes em 7 ou 8 estados e apoie nomes do PSOL, PC do B, PSB, Rede e PSD. As discussões, no entanto, estão apenas começando.
“Nossa meta é reconstruir e transformar o Brasil com Lula. Por isso, a estratégia é, de preferência, repetir nos palanques estaduais a aliança nacional. Como a prioridade é Lula, os estados estão condicionados à tática nacional”, diz o secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto.
O objetivo é fazer com que candidatos favoritos no estados abracem a candidatura de Lula e façam campanha por ele, mesmo filiados a outros partidos. Quando não for possível, o plano B é lançar um petista. Um exemplo é Minas Gerais, onde a preferência no PT é que Alexandre Kalil (PSD) se engaje na campanha de Lula, mas, se a resistência se mantiver, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) já prepara sua campanha.
Os outros estados com possíveis candidaturas próprias são São Paulo (Fernando Haddad), Bahia (Jaques Wagner), Sergipe (Rogério Carvalho), Piauí (Rafael Fonteles), Espírito Santo (Fabiano Contarato, caso se filie ao PT) e Rio Grande do Norte (com Fátima Bezerra candidata à reeleição). No Ceará, também há chances de um palanque petista para se opor a Ciro Gomes (PDT).
Petistas já calculam que, com a tática de formar alianças, o partido terá menos candidatos a governador em 2022 do que em eleições anteriores. Em 2018, o PT lançou 16 nomes e elegeu 4. Em 2014, foram 17 (5 eleitos); em 2010 houve 10 candidatos (5 eleitos); em 2006, 18 (5 eleitos) e, em 2002, 24 candidatos (3 se elegeram).
Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, diz que as discussões no partido sobre estratégia eleitoral para 2022 começarão apenas no segundo semestre. Ela afirma que a sigla está fazendo um levantamento das situações nos estados que servirá de base para o debate interno e com as demais legendas.
“Ainda não definimos nossa estratégia política e eleitoral. Ainda vai acontecer essa discussão no âmbito da direção nacional do PT”, diz Gleisi.
“O PT sempre foi um partido de projeto nacional. Desde 1989 a gente prioriza um projeto nacional no sentido de discutir o Brasil. Isso não significa que também não tenhamos projetos estaduais ou regionais. Não são excludentes”, completa.