Aliados de Jair Bolsonaro (PL) avaliam segundo a coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, que o presidente Lula da Silva (PT) “absolveu” indiretamente seu antecessor ao chamá-lo de “covardão”, durante a reunião ministerial desta segunda-feira (18).
Em sua fala na abertura da reunião, Lula afirmou que não houve um golpe de Estado no Brasil porque alguns comandantes militares não quiseram e porque Bolsonaro era um “covardão”.
“Não teve golpe não só porque algumas pessoas que estavam no comando das Forças Armadas não quiseram fazer, não aceitaram a ideia do presidente, mas também porque o presidente é um covardão. Ele não teve coragem de executar o que planejou, ficou dentro de casa aqui no Palácio chorando quase um mês e preferiu fugir para os EUA do que fazer o que tinha prometido”, disse o petista.
Para bolsonaristas, ao falar publicamente que Bolsonaro não executou o golpe, Lula teria admitido que não houve a concretização do crime por parte do ex-presidente.
Aliados de Bolsonaro só parecem ter esquecido que o Código Penal brasileiro tipifica como crime a tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito com uso da violência ou grave ameaça.
Na sexta-feira (15), o ministro do STF Alexandre de Moraes derrubou o sigilo de 27 depoimentos relacionados à investigação de tentativa de golpe de Estado, entre eles, de ex-comandantes das Forças Armadas.
Neles, os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica admitiram ter sido chamados para reuniões em que Bolsonaro expôs um plano para cancelar as eleições presidenciais.