As mortes de imigrantes no Mediterrâneo são “inaceitáveis e quase sempre evitáveis”, disse o papa Francisco nesta sexta-feira (2), renovando um apelo aos formuladores de políticas em toda a região para abordar a questão de uma maneira “benéfica para todos”.
O pontífice de 85 anos, filho de imigrantes italianos na Argentina, costuma defender os direitos dos imigrantes e tem criticado repetidamente como o Mediterrâneo se transformou em um “vasto cemitério”.
“A incapacidade de encontrar soluções comuns (sobre a migração) continua levando a uma perda inaceitável e quase sempre evitável de vidas, especialmente no Mediterrâneo”, disse Francisco em uma mensagem para Roma Med 2022, uma conferência de política externa.
Insistindo que a imigração para a Europa “não pode ser interrompida”, ele exortou todas as partes envolvidas a encontrar uma solução que possa ser “benéfica para todos, garantindo a dignidade humana e a prosperidade compartilhada”.
A imigração tem sido durante anos uma polêmica na Europa, com os governos recorrendo a políticas cada vez mais duras para tentar conter o fluxo de imigrantes e requerentes de asilo do norte da África e do Oriente Médio.
Na Itália, um dos primeiros atos do governo de direita da primeira-ministra Giorgia Meloni foi a recusa em receber um barco de resgate de imigrantes, forçando-o a ir até a França e causando uma briga com Paris.