sexta-feira 20 de dezembro de 2024
Roberto Campos Neto (esq.) e Gabriel Galípolo na sede do BC: sinais de uma transição sem conflitos na instituição - Foto: Cristiano Mariz
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sexta-feira 20 de dezembro de 2024 às 08:38h

Os sinais de que Galípolo vai dar continuidade ao trabalho de Roberto Campos Neto

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Com o dólar nas alturas e a cotação batendo sucessivos recordes há mais de duas semanas, fica até difícil para um leigo entender segundo Sheila D’Amorim, do PlatôBR, ao que se referem exatamente quando falam de “transição tranquila” o presidente Roberto Campos Neto (Banco Central) e o diretor Gabriel Galípolo (Política Monetária). Galípolo substituirá oficialmente Campos Neto a partir de janeiro e, nos últimos meses, tranquilidade não é uma boa palavra para definir o cenário econômico com o qual eles tiveram, e ainda têm, que lidar. No entanto, em meio ao caos fiscal e cambial que tomou conta do país no período, os dois procuram mostrar que a troca de comando do BC não será uma ruptura e estará mais para continuidade.

De um lado, Campos Neto enfatizou que, nos últimos dois meses, Galípolo já era mais presidente do que diretor. Como isso ocorreu, na prática? A palavra de Galípolo, que já estava aprovado pelo Senado para substituí-lo no cargo, teve um peso maior nas discussões do Copom, o comitê que define o tamanho da taxa de juros no país. Apesar de serem nove diretores com direito a um voto cada, dificilmente aqueles de áreas mais administrativas e de fiscalização se opõem ao presidente. Isso mesmo considerando que Política Monetária e Política Econômica são duas diretorias que, também, têm força técnica nas discussões do Copom.

Segundo Campos Neto, “o peso dele (Galípolo) foi sendo cada vez maior, até culminar na última reunião (do Copom)”. Ao afirmar isso, o atual presidente do BC deixa na conta de Gabriel Galípolo a decisão de elevar em um ponto percentual a taxa de juros, anunciada na semana passada, e de sinalizar mais duas altas da mesma magnitude nas duas primeiras reuniões de 2025.

Galípolo não só confirmou como foi além: “Roberto foi delicado ao falar das últimas reuniões. Todos os diretores deram apoio para que a gente tomasse a frente do que aconteceria no processo de decisão desse Copom, inclusive, no guidance”, afirmou. “Muitas vezes, vão achar que a culpa foi de um ou de outro, mas Roberto foi muito claro que entendia que essa reunião era para deixar a responsabilidade comigo”, completou.

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