segunda-feira 16 de setembro de 2024
Diplomata venezuelano Edmundo González Urrutia, candidato de oposição à Presidência do país — Foto: Ronald PEÑA / AFP
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domingo 8 de setembro de 2024 às 07:06h

Opositor Edmundo González pede asilo político à Espanha e deixa a Venezuela

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O ex-candidato à Presidência Edmundo González Urrutia deixou a Venezuela neste último sábado (7) com destino à Espanha, onde conseguiu asilo político.

A viagem do opositor de Nicolás Maduro à Europa foi confirmada pelo ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares.

“Edmundo González decolou de Caracas rumo à Espanha em um avião da Força Aérea Espanhola”, publicou o ministro Albares no X, dizendo que Madri estava respondendo a um pedido.

A defesa jurídica de González também confirmou ao canal CNN a saída do político da Venezuela.

A saída da Venezuela do ex-candidato da Plataforma de Unidade Democrática (PUD) ocorre cinco dias depois da Justiça do país ter ordenado a sua prisão sob acusações relacionadas com a publicação dos resultados eleitorais paralelos em um website, acusação rejeitada repetidamente pelo ex-candidato.

Momentos antes de a defesa de González confirmar que ele deixou a Venezuela, a vice-presidente Delcy Rodríguez publicou uma mensagem no Instagram na qual dizia que o Governo lhe concedeu o asilo político para deixar o território “em prol da tranquilidade e da paz política no país”

Segundo Rodríguez, González deixou a embaixada da Espanha, onde ele estava hospedado há vários dias.

Crise diplomática

Mais cedo neste sábado, o governo da Venezuela revogou a autorização do Brasil para representar os interesses argentinos no país, incluindo a administração da embaixada onde seis figuras da oposição estão abrigadas.

A Venezuela rompeu relações com a Argentina após a eleição presidencial. O Brasil, assim como a Colômbia e o México, pediu ao governo venezuelano que publique os resultados completos da votação.

O governo não o fez e a autoridade eleitoral do país disse que Maduro foi reeleito para um terceiro mandato.

Em um comunicado, a Venezuela disse que a decisão, com efeito imediato, se deve à evidência de que a embaixada estava sendo usada para planejar tentativas de assassinato contra Maduro e Rodríguez.

O Brasil disse ter recebido a comunicação de que sua autorização havia sido revogada “com surpresa”.

A Argentina disse que rejeitou a decisão “unilateral”. Ambos os países pediram que Maduro respeitasse a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.

“Qualquer tentativa de invadir ou sequestrar requerentes de asilo que permaneçam em nossa residência oficial será duramente condenada pela comunidade internacional”, disse a Argentina em uma declaração. “Ações como essas reforçam a convicção de que na Venezuela de Maduro, os direitos humanos fundamentais não são respeitados.”

Uma fonte diplomática brasileira disse na tarde de sábado que a Venezuela garantiu ao Brasil que não invadiria a embaixada.

Em sua declaração, o Brasil insistiu que permaneceria sob custódia e defesa dos interesses argentinos até que a Argentina indicasse outro estado aceitável para a Venezuela para fazê-lo.

“O governo brasileiro destaca neste contexto, nos termos das Convenções de Viena, a inviolabilidade das instalações da missão diplomática argentina”, afirmou, acrescentando que abrigava seis requerentes de asilo venezuelanos, bens e arquivos.

Em março, seis pessoas buscaram asilo na embaixada argentina em Caracas depois que um promotor ordenou sua prisão sob acusações que incluíam conspiração. A líder da oposição María Corina Machado negou as alegações contra seus colaboradores.

Na sexta-feira à noite, alguns membros da oposição na residência argentina relataram em suas contas X que o prédio estava sob vigilância e não tinha eletricidade. Eles postaram vídeos mostrando homens vestidos de preto e patrulhas da agência de inteligência do governo, SEBIN.

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina solicitou na sexta-feira ao Tribunal Penal Internacional que emitisse um mandado de prisão contra Maduro e outros altos funcionários do governo pelos eventos ocorridos após as eleições.

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