Deputados e senadores da oposição apresentarão ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) segundo a coluna de Bela Megale, uma lista com propostas de reação às operações policiais feitas com autorização pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A medida busca coibir a realização de buscas da Polícia Federal nas Casas Legislativas.
As demandas foram elaboradas na reunião feita em Brasília, nesta quarta-feira, com membros da oposição, após o deputado federal Carlos Jordy (Pl-RJ) ser alvo de uma ação policial. Com a deflagração de uma nova ação hoje contra outro parlamentar bolsonarista, o deputado Alexandre Ramagem (PP-RJ), os ânimos dos parlamentares se inflamaram, em especial contra Pacheco e Lira.
Integrantes da oposição relataram à colunista do O Globo, que, na reunião de ontem, discutiram dois cenários, um com a colaboração de Lira e Pacheco para enfrentar o Supremo e outro sem. Caso os presidentes da Câmara e Senado não façam gestos ao grupo, a ideia é fazer todos tipo de obstrução possível ao andamento das Casas.
Dois nomes do foram escalados para conversas com os presidentes das Casas, o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
— O (ministro) Alexandre (de Moraes) não respeita o Legislativo como Poder. Isso é culpa do Congresso. O presidente do Congresso (Rodrigo Pacheco) é quem tem que liderar essas ações. O (Arthur) Lira tem que entrar nisso também. Os parlamentares estão se organizando para ir no Lira e no Rodrigo. Do jeito que está não pode, a situação é muito ruim. O Alexandre faz o que quer — disse à coluna o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
Mais cedo, Valdemar fez críticas a Pacheco e o chamou de “frouxo” em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”. O presidente do Senado reagiu e disse, em nota:
“Difícil manter algum tipo de diálogo com quem faz da política um exercício único para ampliar e obter ganhos com o fundo eleitoral e não é capaz de organizar minimamente a oposição para aprovar sequer a limitação de decisões monocráticas do STF.Difícil manter algum tipo de diálogo com quem faz da política um exercício único para ampliar e obter ganhos com o fundo eleitoral e não é capaz de organizar minimamente a oposição para aprovar sequer a limitação de decisões monocráticas do STF”.