Segundo a coluna Satélite, no Correio, o sentimento dominante atualmente na base aliada ao governador Rui Costa (PT) é o de apreensão. No rastro de eventuais reviravoltas na composição da chapa majoritária, que busca se manter unida, mas para permanecer unida precisam formar uma chapa mais quatro no poder: o de que a provável mudança, com anúncio a ser oficializado a qualquer momento, causará estragos difíceis de recompor. A começar, para as candidaturas a deputado estadual e federal. Com o senador Jaques Wagner (PT) desistindo, a incógnita que resultará da nova composição do palanque governista vai alimentar dúvidas sobre se não é hora de migrar para a oposição ou ainda de manter distância regulamentar dos dois blocos.
Essa interrogação, seguida por uma janela curta para trocas partidárias, com apenas um mês contado a partir da próxima terça-feira, dia 1º, pode levar a um entra-e-sai fora do previsto. A depender dos nomes que restarão na chapa do governo, uma debandada geral na base do Palácio de Ondina no futuro brevíssimo não causará espanto. Apesar de Wagner estar casa dos 25% das intenções de voto em sucessivas pesquisas, ele é de longe o quadro governista com maior recall. Em segundo na fila, vem o também senador Otto Alencar (PSD), especulado como substituto de Wagner, embora suas recentes declarações sinalizem que, caso ocupe o posto, será contra a sua vontade. O que não é lá muito positivo para a campanha.
Os estragos também afetam a relação do PT e de líderes de outras legendas com o governador. Rui disse que decidiu se candidatar após Wagner anunciar, internamente, a desistência, diz a coluna.
Em conversas reservadas, parlamentares e dirigentes do PT garantem que a guinada no desenho governista para a disputa na Bahia, caso se concretize, não terá origem na suposta articulação conduzida e determinada do forma unilateral pelo ex-presidente Lula. A publicação diz que pode funcionar dentro do círculo íntimo, mas dificilmente reduzirá a temperatura na órbita de partidos sem posição sólida no espectro de poder e que navega de acordo com o veto.
Interlocutores de Otto Alencar afirmam que a meta do senador era assegurar o novo mandato de oito anos no Congresso, mais fácil de ser alcançada do que vencer a corrida pelo Palácio de Ondina, tendo largado com certo atraso e sob forte rebuliço. No entanto, a disposição de Rui em sair candidatura ao Senado retira gás de Otto. No páreo entre os dois, o governador leva grande vantagem sobre ele e todos demais nomes. Daí as especulações que indicam a vaga de vice como segunda hipótese na mesa para Otto.
Nos bastidores, o comentário é que a oposição, tanto do lado do grupo de ACM Neto (UB), quanto do lado de João Roma e Raissa Soares, tente angariar o PP, que é presidido no estado pelo vice-governador João Leão. A legenda vem sendo cortejada pelos adversários.
O #Acesse Política volta a registrar que, a chapa mais provável seja Rui ao Senado, Otto na vice e Leão como candidato ao governo do estado.