Candidatos e partidos da oposição exigiram neste último sábado (13) à presidente da Bolívia, Jeanine Áñez, promulgar a lei que fixa a data para as eleições gerais, acusando-a de evitar responsabilidades diante da pandemia de COVID-19 e de pretender prolongar seu mandato no poder.
Áñez enviou na sexta-feira à presidente do Senado, controlada pela oposição, uma carta pedindo que ela “assumisse a responsabilidade pública” por ter decidido que as eleições seriam realizadas em 6 de setembro, quando estima-se que a pandemia chegue ao ponto mais alto da Bolívia.
“A Assembleia Legislativa esclarece que não definiu a data das eleições, a data foi estabelecida pelo Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) após um acordo entre as sete forças políticas”, respondeu o Movimento ao Socialismo (MAS), partido do ex-presidente Evo Morales, em comunicado divulgado neste sábado.
A declaração acusa o governo de Áñez de “assumir uma posição política” que “apenas procura se dissociar das responsabilidades diante da emergência do coronavírus”.
A lei que define o dia 6 de setembro como a data das eleições gerais surgiu após um acordo político entre o MAS, que controla por grande maioria as Câmaras de deputados e senadores, o Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), o candidato centrista Carlos Mesa e outras forças menores.
Essa norma foi enviada a Áñez pelo presidente do Senado e membro do MAS, Eva Copa, para sua respectiva promulgação.
As autoridades de saúde estimam que o maior número de infecções será registrado em julho e agosto e que até o final de julho a pandemia irá infectar cerca de 100.000 pessoas e deixar entre 4.000 e 7.000 mortos.
O último relatório relata 16.929 infectados com 559 mortes no país.