Dos seis presos da Faroeste, três estão em Brasília e os outros na Bahia. O falso cônsul ocupa uma cela no Presídio da Papuda, enquanto sua esposa, Geciane Maturino, e a desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago foram para o Núcleo de Custódia da PM do Distrito Federal. Já segundo o jornal Correio da Bahia, o juiz Sérgio Humberto Sampaio, o servidor Antônio Roque Neves e o advogado Márcio Duarte estão no Batalhão de Choque da PM em Lauro de Freitas.
Em relatório expedido à Operação Faroeste, a Unidade de Inteligência Financeira (UIF), nome atual do Coaf, disse ter encontrado indícios de lavagem de dinheiro na movimentação bancária de dois magistrados denunciados nesta semana pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de integrar um esquema de venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ). De acordo com a PGR, a análise da UIF sobre o fluxo financeiro do desembargador afastado José Olegário Monção Caldas aponta para a “sistemática prática de atos caracterizadores de lavagem, como recentes depósitos em espécie, fracionados, que somam R$ 335 mil”.
Ainda segundo a coluna Satélite do Correio, à época das transações, em setembro de 2018, “Caldas encontrava-se, inclusive, em comitiva de Adailton Maturino (falso cônsul de Guiné-Bissau preso pela Faroeste) fora do Estado e dissociada de sua agenda de magistrado, o que evidencia seu forte vínculo ao principal executor do esquema de compra de decisões judiciais”.
Na denúncia apresentada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra 15 acusados de integrar o esquema, a Procuradoria afirma que a UIF detectou também movimentação suspeita da juíza Marivalda Moutinho no montante de R$ 300 mil. Dos quais, destaca a PGR, R$ 200 mil foram relativos “a depósito de dinheiro em espécie, manobra que pode configurar lavagem de ativos”.