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segunda-feira 3 de abril de 2023 às 07:14h

“O sucesso dele (Lula) é o sucesso do povo brasileiro”, diz deputado Leo Prates

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O deputado federal Leo Prates (PDT) confirmou em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia nesta segunda-feira (3), que pretende ser o sucessor do atual prefeito Bruno Reis (União Brasil) em 2028. O aliado de ACM Neto (União Brasil), contudo, afirma que a decisão final caberá ao grupo carlista.

Confira entrevista:

Tribuna – Como tem sido o início do seu mandato em Brasília? Seu sentimento e percepção dessa nova fase da sua carreira política? 

Leo Prates – O meu sentimento é de gratidão com a cidade de Salvador. Ao meu partido, que tem me ajudado muito lá em Brasília, que já me colocou como vice-líder do PDT já no meu primeiro mandato. Isso tem sido muito importante. E, na Câmara, também tenho que agradecer ao presidente Arthur Lira, que tem nos prestigiado dentro da estrutura da Câmara. Então, esse início de mandato eu avalio como sendo de muita dedicação, aprendizado e também tenho que agradecer às pessoas que estão me ajudando, sempre com humildade, já que estou chegando agora. É um sentimento de muita felicidade também, por estar ajudando o Brasil.

Tribuna -   Faz um ano que o senhor deixou a Secretaria de Saúde de Salvador. Inclusive, o senhor integra a frente parlamentar da Saúde lá em Brasília e a Comissão Permanente de Saúde. O senhor levou essa bagagem para Brasília… 

Leo Prates -   Estamos trabalhando e participando de debates importantes. Na Comissão de Saúde, espero levar um pouco da minha experiência como ex-secretário de Saúde para contribuir com meu país. Em uma das contribuições, recebi apoio do presidente da UPB, Quinho, de retirar a tabela do SUS do Teto de Gastos. Estamos recolhendo assinaturas. Os municípios estão sofrendo muito e, no final, quem sofre é a população com a falta de serviços de Saúde. Em Salvador, a prefeitura banca, mas muitos municípios não conseguem fazer isso.

ACM Neto, Leo Prates e Bruno Reis no final dos anos 90 – Foto: Reprodução / Facebook

Tribuna -   O que tem achado do início do Governo Lula? Tem encontrado o rumo que precisa para governar? 

Leo Prates -   Acho que o Governo Lula está muito no início. Entendo a ansiedade do povo brasileiro, mas é preciso que nós tenhamos um pouquinho de paciência e aguardar a arrumação. É natural que todo governo, nos seus primeiros seis meses, desenha os projetos das ações. Acho que o presidente Lula está bem intencionado e eu torço muito pelo sucesso dele. O sucesso dele é o sucesso do povo brasileiro. Diria que esse início de governo é de muita esperança.

Tribuna -   Qual é a sua expectativa para essa nova regra fiscal do governo? 

Leo Prates -   Defendo uma regra fiscal que possa dialogar com o mercado financeiro. Não adianta a gente excluir o mercado financeiro e continuar no discurso do “nós contra eles”. Sendo que precisamos de investimento para gerar empregos e resolver a crise econômica. E no final, atender o povo. A minha expectativa é que seja uma reforma que dialogue com o mercado financeiro e, como é uma promessa do presidente Lula, não deixe de dialogar com o social. Que busque o equilíbrio.

Tribuna -    Qual é sua opinião sobre o debate que o governo travou sobre a taxa de juros, que é uma das maiores do mundo? Seguindo o governo, é ela que prejudica a melhora na economia. 

Leo Prates -   Acho muito importante, porque a taxa de juros muito alta desestimula as pessoas a terem acesso a esse dinheiro. No final, você desestimula a economia. Menos emprego é menos economia. Acho que é um debate importante, porque aí eu tenho uma divergência em relação ao Banco Central. O Banco Central não pode ser uma entidade beatificada. É preciso, e aí estou de acordo com o Governo, que o Banco Central aponte quais são os critérios para essa taxa de juros. Nós não queremos interferir no Banco Central e muito menos na economia. Eu pessoalmente sou favorável ao Banco Central. Porém, ele é um órgão público e  tem a obrigação de explicar as suas decisões. Inclusive, assinei uma proposta do deputado Mauro Benevides, do PDT do Ceará, que volta à Câmara o direito de pedir explicações. Não queremos nada mais do que é exigido a qualquer organismo público, que é a transparência.

Tribuna -   Uma pauta que o Governo também quer levar para a frente é a Reforma Tributária. Um levantamento recente aponta que a maior parte dos deputados eram favoráveis a isentar de declarar Imposto de Renda aqueles que ganhavam até R$ 5 mil por mês. Qual seu posicionamento? Trará benefício ou prejuízo para as contas do país? 

Leo Prates -   Acho que traz benefícios. Não adianta você querer desonerar a sociedade e retirar direitos nos serviços públicos, porque estaríamos castigando o povo brasileiro e, sobretudo, os mais necessitados. Eu, por exemplo, acho que uma Reforma Tributária séria no Brasil deve discutir a forma da tributação. Como assim? Hoje, com o imposto sobre o consumo. Não é justo que um trabalhador que ganha um salário mínimo pague o mesmo imposto que eu para comprar uma água mineral. Então, o imposto sobre o consumo é o maior fator para a concentração de renda e as desigualdades. A Reforma Tributária é um ponto essencial. Se a gente quer mudar a lógica do nosso país. O imposto sobre o consumo castiga os mais necessitados e o empreendedor. O imposto sobre o consumo deveria ser revertido para imposto sobre patrimônio, porque aí sim você estaria cobrando mais de quem pode mais. Acho que justiça social se faz assim. E não adianta os deputados ou o governo penalizarem mais o cidadão. Sou contra a carga tributária sobre o cidadão brasileiro. Esse é o ponto forte para mim.

Tribuna -   O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou para o Brasil. Ele vai conseguir liderar a oposição ou tensionar o debate político? 

Leo Prates -   Eu sinceramente espero que a gente desarme os palanques. Espero que o presidente Bolsonaro, mesmo sendo o principal nome da oposição ao presidente Lula, possa contribuir com o país. Acho que o limite de qualquer oposição, e somos oposição aqui no Governo da Bahia, é fazer oposição ao povo. Então, a gente espera que o presidente Bolsonaro coloque os interesses do povo brasileiro acima de qualquer divergência ideológica ou partidária.

Tribuna -   O senhor deu algumas declarações indicando que tem o sonho de ser candidato a prefeito em 2028. Como o senhor enxerga o cenário em Salvador? 

Leo Prates -   Comecei carreira muito cedo aqui em Salvador, sendo líder estudantil, vereador, presidente da Câmara Municipal e secretário de duas pastas. Então, me sinto preparado hoje para ocupar o cargo de prefeito com muita tranquilidade. Mas faço parte de um grupo político, e política se faz de maneira coletiva. O ex-prefeito ACM Neto, o prefeito Bruno Reis e eu iniciamos esse grupo político que governa Salvador. Esperarei humildemente a minha hora. Bruno Reis tem cumprido muito bem a sua tarefa. Apoiarei Bruno Reis em 2024 e quero sim ser candidato a prefeito na sucessão. Mas ser prefeito é uma decisão do povo. Coloco o meu nome à disposição da sociedade até pelo carinho que recebo nas ruas de Salvador.

Tribuna -   E no ano que vem o senhor vai colocar o seu nome nas discussões pela vice de Bruno Reis? 

Leo Prates -   Eu defendo que não existe candidato a vice. O candidato a prefeito é Bruno Reis, que vai decidir. Quando ele anunciar a candidatura à reeleição, terá o meu apoio e entusiasmo. Somos amigos há mais de 20 anos. Porém, não há candidatura a vice. Isso é uma conjuntura de fatores. Acho que quem quer contribuir com o projeto não pode ter apego a cargos. Em 2020, havia um pré-acordo com Bruno e Neto. A gente colocou o nosso nome, mas entendi que não poderia ser o vice porque estava no auge da pandemia e não poderia colocar os interesses da cidade acima dos meus objetivos pessoais. Acho que a gente deve continuar seguindo. Acredito que Bruno Reis terá entre os seus aliados a decisão de escolher o seu vice e terá o meu total apoio e amizade.

Tribuna -   E se Bruno Reis lhe convidar para a vice, o senhor aceitaria? 

Leo Prates -   Aí volta para a mesma pergunta, “se eu for candidato em 2028”, “se ele me convidar”… O meu desejo é estar ao lado de Bruno Reis e a candidatura a prefeito. Quero que ele continue fazendo uma administração que orgulhe Salvador, assim como foi ACM Neto e que possa dar uma eleição tranquila. O melhor nome para a vice é aquele que Bruno Reis escolher. Tenho certeza de que ele vai escolher um nome que facilite a sua vitória em 2024 para continuar trabalhando e servindo ao povo de Salvador.

Tribuna -   Como avalia agora a posição de ACM Neto em 2023, após a eleição? Ele vai se colocar como líder da oposição ao Governo Jerônimo? 

Leo Prates -   ACM Neto é o líder natural da oposição. Ele não vai fazer oposição. Ele já é. Teve o melhor desempenho entre os candidatos de oposição nas eleições dos últimos anos. Saiu fortalecido, mesmo porque política se faz com voto. Ele tem voto. O povo gosta dele e vê nele esperança. Respeitamos o resultado das urnas e respeitamos a vitória do governador Jerônimo. Mas ACM Neto saiu muito fortalecido. Acredito que ACM Neto vai continuar fazendo o que ele sempre fez na vida: política. Nós começamos em 1999, pelo PFL Jovem. ACM Neto nem tinha mandato. Então, as pessoas se apegam muito a cargos. Não é o cargo que nos dá a força política. O que nos dá força política são as ideias que nós temos e a multidão que nós arrastamos. Então, ACM Neto teve uma votação expressiva e isso dá a ele o respaldo de representar o cidadão que não votou em Jerônimo e não se sente representado por ele. Vamos apoiar as boas iniciativas e o que for bom para o povo. O nosso lado é ao lado do povo e não faremos oposição ao povo baiano.

Tribuna -   Para finalizar, o senhor acha que o governador Jerônimo Rodrigues já conseguiu mostrar um estilo neste início de governo? 

Leo Prates -   Volto a fazer a mesma avaliação que fiz sobre o presidente Lula: acho que é muito cedo. Me coloco no papel de oposição. Acho que ele está bem intencionado e isso é inegável, mas continuaremos com o nosso papel de fiscalização e seguiremos com o ex-prefeito ACM Neto.

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