Em outubro de 2022, o nível de polarização política chegou a 90%, segundo pesquisa da Genial Quaest, feita à época com a população que vivia naquele momento mais uma eleição presidencial com o país bastante dividido. Desde então, com a chegada do presidente Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto, o clima foi se arrefecendo, e caiu para 64% em outubro de 2023, um ano após o pleito.
Mas o cenário parece conforme matéria de Marcela Rahal, da Veja, ter mudado após o último evento marcante para os bolsonaristas. O ato do dia 25 de fevereiro convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados. A manifestação levou uma multidão à Avenida Paulista, palco de muitos protestos na capital.
Sob o argumento de perseguição política, em meio as investigações que ligam cada vez mais o ex-presidente a uma tentativa de golpe de estado, o ex-capitão conseguiu encher uma das vias mais importantes da cidade com apoiadores indignados com a possibilidade de uma iminente prisão do líder da extrema direita.
A pesquisa, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais, foi feita entre os dias 25 e 27 de fevereiro e ouviu duas mil pessoas. Ou seja, o ato não só provou o poder de mobilização do ex-presidente, como ainda pode ter contribuído para acirrar os ânimos e deixar o país ainda mais dividido.
Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, um dado da pesquisa chama atenção e indica o porquê a manifestação pode ter feito a polarização aumentar no país. Entre os eleitores de Lula, houve um aumento expressivo de quem vê o país mais dividido. Passou de 43%, em outubro, para 76%, em fevereiro. Nunes destaca que a expectativa era ver, nesse público, um país mais unido ao longo do ano passado.