Os auxiliares mais próximos de Lula da Silva (PT) já foram avisados de que Ricardo Lewandowski vai substituir Flávio Dino no Ministério da Justiça e da Segurança Pública e de que sua nomeação deve ocorrer nos próximos dias.
Só o que ainda segura o anúncio, de acordo com fontes de Rafael Moraes Moura, da coluna de Malu Gaspar, que são ligadas tanto a Lula como a Lewandowski, o motivo é o futuro dos subordinados mais próximos de Flávio Dino, especialmente o do secretário-executivo Ricardo Capelli.
Segundo a equipe revelou a coluna do jornal O Globo, Lewandowski sinalizou que aceitaria assumir a pasta se ela não for desmembrada, e tendo carta branca do Palácio do Planalto para montar a própria equipe.
O segundo escalão é formado por integrantes ligados ao PSB, ao próprio Lula e ao influente grupo de advogados Prerrogativas, próximo do chefe do Executivo.
Capelli se tornou uma das principais figuras da área de segurança pública depois de ser nomeado interventor da segurança pública no Distrito Federal em 8 de janeiro do ano passado. Em outubro passado, Capelli também assumiu o comando da reação do governo federal à crise no Rio, quando milicianos queimaram 35 ônibus públicos, um trem e carros de passeio após a morte de um chefão do grupo. Nos últimos dias, ele chefiou a pasta em razão das férias de Dino.
No governo lulista, Capelli vem sendo citado como um potencial candidato a disputar o governo do DF em 2026, onde o petista foi derrotado por Bolsonaro nas urnas nas últimas eleições.
Fontes ligadas a Dino e Capelli dizem que o presidente sinalizou ao ministro que está deixando a pasta que iria recomendar a Lewandowski que tentasse manter Capelli e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, pessoalmente ligado ao presidente.
A julgar pelo que o presidente e o ex-ministro do Supremo tem dito nos bastidores, os dilemas em torno do futuro da equipe estão razoavelmente equacionados, o 8 de janeiro já passou, e portanto não haveria mais razões para esperar mais pela nomeação.
Isso não significa que o destino da equipe de Flávio Dino será anunciado publicamente junto com a confirmação de Lewandowski, mas aparentemente o ministro e o presidente já se entenderam sobre o melhor lugar para Cappelli e seus colegas.