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Após quatro anos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) volta à bancada do “Jornal Nacional”, da TV Globo, para ser entrevistado por William Bonner e Renata Vasconcellos. A conversa faz parte de uma série de entrevistas que a emissora realizará com os quatro principais candidatos à Presidência da República ao longo desta semana.
Na primeira vez em que Bolsonaro esteve lá, o então deputado federal era candidato à Presidência, e conseguiu provocar um clima bastante desconfortável entre ele e os jornalistas.
Conforme lembrou Marina Teodoro, da revista IstoÉ, ao ser questionado na época sobre algumas declarações e atitudes feitas durante a campanha, Bolsonaro respondeu em tom de provocação, mencionando questões pessoais dos entrevistadores, como o divórcio de Bonner e Fátima, o salário de Renata e ainda o apoio de Roberto Marinho ao golpe militar de 1964 – que se retratou na emissora em 2013, durante um editorial de repúdio.
Bolsonaro no Jornal Nacional
Agora, em um cenário diferente, o candidato está tentando a reeleição e terá que responder às perguntas relacionadas ao seu posicionamento político e ações (ou a falta delas) durante o mandato nos últimos anos.
Entre os questionamentos, Bolsonaro deve se ver obrigado a responder sobre a condução do combate à pandemia de Covid-19, criticada até por órgãos de saúde internacionais, como a OMS.
A doença que atingiu 34,3 milhões de pessoas e matou 682 mil até o momento, chegou a ser minimizada e até debochada pelo presidente, que também defendeu a desobrigação do uso de máscara, desencorajou a vacinação e ainda recomendou o uso de medicamentos sem eficiência comprovada.
Outro ponto que deve ser abordado por Bonner e Renata são as declarações feitas por Bolsonaro que atacam as urnas eletrônicas, com argumentações já refutadas pelas autoridades. Além disso, também devem ser mencionados as ameaças à democracia, com intimidações ao Supremo Tribunal Federal (STF) e intimidações relacionadas ao cancelamento das eleições de 2022.
Os jornalistas ainda devem questionar o presidente a respeito do cenário econômico brasileiro, que acumulou alta de 26,5% na inflação entre os anos de mandato do presidente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados mostram ainda que o preço dos alimentos foram os principais responsáveis pela alta.
A volta do Brasil ao Mapa da Fome, documentada no relatório realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), aponta para mais de 60 milhões de brasileiros com algum tipo de insegurança alimentar, e também deve ser pauta na conversa com o presidente desta noite.
A entrevista promete ser feita em meio a um panelaço, segundo grupos antibolsonaristas, que estão organizando a manifestação contra o atual presidente na internet. O panelaço deve durar os 40 minutos de entrevista, os mesmos concedidos a todos os presidenciáveis que visitarão os estúdios da TV Globo nesta semana.
Próximos entrevistados
Além de Bolsonaro, outros três presidenciáveis participarão da entrevista feita pelo Jornal Nacional. Escolhidos a partir de suas colocações na pesquisa de 28 de julho, feita pelo Instituto Datafolha, também estarão do programa Ciro Gomes (PDT), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Simone Tebet (MDB).
As datas de cada participante foram definidas a partir de um sorteio realizado no dia 1º de agosto. Portanto, a ordem será:
22 de agosto (segunda-feira): Jair Bolsonaro (PL);
23/08 (terça-feira): Ciro Gomes (PDT);
25/08 (quinta-feira): Luiz Inácio Lula da Silva (PT);
26/08 (sexta-feira) Simone Tebet (MDB).
