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quarta-feira 16 de novembro de 2022 às 08:55h

O que esperar da visita do presidente eleito ao Egito no COP27

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A expectativa era de aglomeração e empurra-empurra, e aconteceu. Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito do Brasil, chegou à Blue Zone da COP27, onde estão os pavilhões dos países.

Lula chegou ao Egito na terça-feira (15) em um avião particular. Sua agenda inclui encontros bilaterais, participação em eventos nos estandes dos governos da Amazônia e da sociedade civil brasileira, e um pronunciamento em uma das salas da conferência, a convite do governo egípcio.

O presidente eleito terá à sua disposição um palco global para dar início a sua terceira jornada como líder nacional. Mais do que isso, ele chega ao Egito com o status de potencial salvador da Amazônia, bandeira que ele empunhou com firmeza durante a campanha.

No campo diplomático, há grande dificuldade de avanço em assuntos centrais, como o financiamento das medidas de adaptação e mitigação das mudanças climáticas nos países de menor renda. A expectativa é de que a conferência termine sem grandes anúncios, um contraste com a COP26, em Glasgow, Escócia, que terminou com um acordo histórico para a criação de um mercado global de carbono.

Há impasses, ainda, nas conversas sobre mecanismos de proteção de floresta e pagamento por serviços ambientais. O governo brasileiro insiste na ampliação do REDD+, mecanismo para pagamento por resultados de redução de emissões por desmatamento, um tipo de crédito de carbono florestal. Na COP passada, havia a expectativa de incluir o REDD+ na regulação do artigo 6 do Acordo de Paris, que trata do mercado de carbono, o que não aconteceu.

Lula terá pouca ou nenhuma influência nessas negociações, que são conduzidas pelo Itamaraty, ainda sob comando do governo atual. Sua presença, de certa forma, trava ainda mais as negociações. A participação do Brasil na COP27 vem sendo criticada pela falta de unidade. Governo Federal, governos subnacionais e a sociedade civil parecem não se entender, o que tira qualquer credibilidade da representação oficial. Lula deve fazer muitos encontros, mas qualquer decisão só será tomada na COP28.

Falta de unidade

O Brasil é o único país a ter mais de um estande na Blue Zone, onde ficam as representações dos países e da sociedade civil. Pode parecer algo positivo, como se a presença brasileira fosse intensa, mas não é. Os três espaços – o oficial do governo brasileiro, o dos governos da Amazônia Legal e o da sociedade civil – não se conversam. Na realidade, pode-se dizer que um fala mal do outro. A situação insólita tem gerado incômodo em alguns empresários que conversaram com a revista Exame.

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