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Mistério do buraco gravitacional no oceano Índico é finalmente solucionado - Imagem: Reprodução
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terça-feira 18 de julho de 2023 às 09:58h

O mistério do buraco gravitacional no oceano Índico

CURIOSIDADES, NOTÍCIAS


Décadas após seu descobrimento, o mistério do buraco gravitacional no oceano Índico parece ter sido finalmente solucionado, informa a revista Mega Curioso. Ali, surpreendentemente, as águas ficam aproximadamente 106 metros abaixo do nível do mar ao redor — e cientistas podem ter descoberto o motivo desta anomalia.

Localizada a 1.200 quilômetros do sudoeste da Índia, a Baixa Geoidal do Oceano Índico (IOGL, do inglês Indian Ocean Geoid Low) é uma região de depressão com área de cerca de 3 milhões de quilômetros quadrados. Descoberta em 1948, a região tem um nível de atração gravitacional muito mais baixo do que no restante do planeta e só agora o mistério parece ter uma resposta.

Cientistas solucionaram mistério do buraco gravitacional no Oceano Índico

Há anos sabemos que nosso planeta não é uma esfera perfeita, tendo na verdade um formato achatado e imperfeito conhecido como geoide — e popularmente chamado de “formato de batata”. Em sua composição há uma grande diversidade de metais e rochas que, por sua vez, têm diferentes densidades. E essa diferença de densidade afeta o nível de atuação da força de atração gravitacional da Terra.

NCPOR/Reprodução

(Fonte: NCPOR/Reprodução)

Mesmo sabendo de tudo isso, o buraco gravitacional no Oceano Índico permanecia sendo um verdadeiro mistério. Por que a atração gravitacional ali é tão mais baixa do que no resto do mundo? O que causa essa anomalia negativa que literalmente deixa “o nível do mar” abaixo do nível do mar?

A resposta parece ter sido descoberta recentemente por dois cientistas do Indian Institute of Science. Em um artigo publicado na revista Geophysical Research Letters em maio deste ano, os geocientistas Debanjan Pal e Attreyee Ghosh sugerem que a Baixa Geoidal do Oceano Índico surgiu em consequência do movimento das placas tectônicas.

Movimento no manto criou buraco com baixa atração gravitacional

Em seu estudo, Ghosh e Pal coletaram informações utilizando sismógrafos para medir as ondas sísmicas no mundo do mar e satélites na órbita da Terra. De posse dos dados obtidos pelos aparelhos, eles usaram computadores para recriar modelos de movimentação das placas tectônicas sobre o manto da Terra ao longo dos últimos 140 milhões de anos, como você pode ver no vídeo abaixo.

Após analisar as recriações computadorizadas, eles perceberam que todas as que batiam com a distribuição atual dos continentes tinham algo em comum. Ali, na região abaixo da Índia, há uma sobreposição entre duas placas, gerando bolhas de magma muito quente e de baixa densidade. E esta lava, que na verdade trata-se do material da placa que ficou abaixo da outra tendo sido derretido, subia enquanto deslocava para baixo material de alta densidade, causando uma depressão no fundo do oceano.

O que os pesquisadores sugerem em seu estudo é que em um determinado ponto, há cerca de 20 milhões de anos, a placa indiana se separou do supercontinente Gonduana e deslizou pelo Mar de Tétis rumo à Laurásia. Aos poucos, esta movimentação foi “afundando” o Oceano de Tétis e dando origem ao que hoje conhecemos como Oceano Índico.

Lennart Kudling/Wikimedia Commons

(Fonte: Lennart Kudling/Wikimedia Commons)

Este deslizamento por cima do manto fez com que a placa sobre a qual ficava o Mar de Tétis fosse empurrada para baixo da placa indiana, tendo então sua superfície derretida entre o manto e o núcleo. Com a variação de densidade da rocha derretida, a região passou então a apresentar menor atração gravitacional causando, por tabela, o “rebaixamento” do nível do mar.

Embora o resultado da pesquisa tenha revisitado informações importantes e interessantes, ainda há certa desconfiança de parte da comunidade científica de que os resultados podem não estar corretos. Para confirmar a validade do estudo, ainda será necessário coletar mais informações da atividade sísmica no baixo geoide e verificar se a existência das bolhas de magma no IOGL e sua ação sobre a atração gravitacional são reais.

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