Eleito como um dos alvos prioritários dos governistas na CPI dos atos de 8 janeiro, o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, Walter Braga Netto, também entrou segundo a coluna de Bela Megale, do O Globo, na mira do fogo amigo de apoiadores de Jair Bolsonaro, dentro e fora do Congresso.
Candidato a vice na chapa da reeleição de Bolsonaro, o general da reserva é apontado por aliados e assessores do ex-presidente como um dos culpados pela derrota. São destacadas contra ele a “total falta de jogo político” na eleição e a postura de incentivar o radicalismo e golpismo de Bolsonaro, tanto antes quanto depois das eleições.
Entre os membros moderados do PL e de siglas da oposição, não há disposição em sair em defesa do militar, que hoje é contratado pelo partido de Bolsonaro como secretário nacional de relações institucionais e despacha diariamente no escritório de Brasília.
Após a derrota de Bolsonaro para Lula, Braga Netto foi um dos poucos aliados do ex-presidente que estavam diariamente com ele no Palácio do Planalto. Em novembro, chegou a empolgar os apoiadores golpistas com uma frase enigmática dada em frente ao Palácio do Alvorada. O militar pediu que “não perdessem a fé. É só o que eu posso falar para vocês agora”.
A frase, gravada em vídeo, foi recebida nas redes bolsonaristas como um recado do então presidente sobre algo que poderia ocorrer e que atendia aos protestos golpistas na porta de quarteis.