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terça-feira 26 de abril de 2022 às 07:03h

O aviso do PT para as Forças Armadas

NOTÍCIAS, POLÍTICA


O Twitter da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, trouxe segundo Matheus Leitão, da Veja, uma verdade importante nesta segunda, 25. Em pleno ano eleitoral, é preciso parar o movimento que as Forças Armadas estão fazendo novamente em direção à política.

Gleisi escreveu que “não cabe ao ministro da Defesa opinar sobre o processo eleitoral”, numa clara resposta à nota divulgada pelo Ministério da Defesa neste domingo, 24, sobre as eleições.

A presidente petista também afirmou que garantir eleições livres e limpas é prioridade no país. “Comandantes que se envolvem nessa aventura estão destruindo por dentro a hierarquia e a credibilidade das Forças Armadas”, escreveu.

Essas verdades já deveriam estar mais do que claras na mente dos militares.

A decisão do Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, de emitir nota rebatendo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso é uma prova de que os militares não apenas querem participar do processo eleitoral como tentam justificar suas interferências.

Durante palestra em uma universidade alemã, Barroso questionou se as Forças Armadas estão sendo orientadas a atacar e a desacreditar as eleições no país.

O questionamento é válido, já que o presidente Jair Bolsonaro tenta diariamente convencer seus seguidores (e os militares) de que as eleições brasileiras são inseguras e de que as urnas são fraudadas.

A nota do Ministério da Defesa é mentirosa em vários aspectos, principalmente quando afirma que as Forças Armadas “desde o seu nascedouro, têm uma história de séculos de dedicação a bem servir à Pátria e ao Povo brasileiro, quer na defesa do País, quer na contribuição para o desenvolvimento nacional e para o bem-estar dos brasileiros”.

No golpe de 64, não houve compromisso com o bem-estar dos brasileiros. Os militares insistem em falar coisas positivas sobre aquele período, mas a verdade é que as Forças Armadas deram um golpe sob o pretexto de que o comunismo tomaria conta do Brasil e ficaram 20 anos no poder. Nesse tempo, fecharam o Congresso, calaram a imprensa, trocaram ministros do STF, torturaram e mataram pessoas dentro dos quartéis e sumiram com diversos corpos.

Nas eleições de 2018, os militares já cometeram graves erros ao tentar interferir no processo eleitoral. Naquele ano, às vésperas do julgamento do pedido de liberdade de Lula pelo STF, o general Eduardo Villas Bôas escreveu no Twitter: “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”.

Em seguida, segundo a coluna de Matheus Leitão, o militar completou: “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”.

Hoje, já se sabe que as mensagens tiveram o aval de todo alto Comando do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Ao questionar a participação dos militares nas eleições, Barroso provavelmente está tentando evitar que esse tipo de situação se repita.

As Forças Armadas precisam pisar no freio e ler novamente seu propósito e missão, lembrando que são uma instituição de Estado e não de governo. Faltam poucos meses para uma das eleições mais polarizadas da história e a interferência dos militares só vai tornar esse processo ainda mais difícil.

 

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