O segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, que atuou como supervisor na ajudância de ordens da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), vem demonstrando segundo Marcela Mattos, da Veja, abatimento dentro de uma cela adaptada na guarda de um batalhão do Exército, em Brasília.
Dos Reis, como é conhecido, foi preso no dia 3 de maio no âmbito da operação que apura um esquema para fraudar certificados de vacinação contra a Covid-19 – a mesma que prendeu o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Pessoas que conversaram com o sargento recentemente afirmam que ele dá sinais de descontentamento e frustração diante da prisão prolongada. Isso porque ele relatou que, inicialmente, não imaginava que fosse passar tanto tempo detido. Também pesa o fato de ele estar recebendo poucas visitas, restritas principalmente aos familiares. Já Cid, conforme mostrou a revista Veja, recebeu pelo menos 70 pessoas no mesmo período.
Preso há quase dois meses, e sem nenhuma perspectiva de revogação por parte do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito, Dos Reis viu sua situação piorar após virem à tona as mensagens armazenadas em seu telefone. Ele encaminhou imagens de sua participação nos atentados do 8 de janeiro, inclusive na cúpula do Congresso Nacional.
“Nós temos que cada um fazer a nossa força aqui. Representar o nosso país, né? Graças a Deus! Mas foi bonito aqui! E, muita das vezes a televisão fala mentira ai, que… Realmente, é a primeira vez que eu vejo aqui. Entraram no Planalto, no Congresso, Câmera dos Deputado [sic] e entrou no STF. E quebrou, arrancou as tonga lá daqueles ladrão. Arrancou tudo!”, disse em um dos áudios transcritos no inquérito da Polícia Federal.