A última pesquisa do Ibope Inteligência sobre as eleições presidenciais realizada a pedido da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 41% dos eleitores não mencionam nenhum candidato na pergunta estimulada, quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não consta na lista de candidatos.
Comparando este índice com o obtido em pesquisa realizada em 2014 no mesmo período, constata-se que ele é praticamente o dobro.
Quatro anos atrás, havia 11 candidatos e, hoje, são 19 que dizem que vão concorrer à Presidência da República. É importante avaliar separadamente os eleitores que declaram que, se a eleição fosse hoje, votariam em branco/nulo (33%) dos que dizem que ainda não sabem em quem votar (8%). Em 2014, eram 13% e 8%, respectivamente, ou seja, o número de indecisos permanece o mesmo, mas o dos que declaram intenção de votar branco ou nulo aumenta significativamente.
A mesma tendência é observada quando se analisa a pergunta espontânea de voto, aquela onde não se apresenta os nomes dos candidatos, ou seja, o eleitor já declara que votará branco ou nulo, antes mesmo de saber quem concorrerá ao pleito. Em 2014, eram 16%, e hoje são 31%. Fazendo uma avaliação do perfil desse eleitor, observa-se que não há diferenças importantes quando se compara com as características do eleitorado como um todo, exceto pelas mulheres.
Enquanto, no eleitorado, as mulheres representam 52%, entre os que declaram votar em branco ou nulo elas totalizam 58%. Há também um pequeno destaque para os eleitores com idade entre 35 e 44 anos. Nas demais variáveis demográficas, o perfil dos que preferem votar branco ou nulo são semelhantes ao do total de eleitores.
Por outro lado, os que ainda não sabem em quem votar são majoritariamente composto por mulheres, eleitores com idade acima de 55 anos, os que têm apenas o ensino fundamental, os residentes na região Sudeste do País e aqueles que não têm acesso à internet.
Esses números mostram que a eleição está totalmente aberta e que há um grande espaço para que os candidatos conquistem eleitores. Entretanto, como a intenção de votar branco ou nulo é bastante expressiva, é necessário um monitoramento deste indicador ao longo da campanha eleitoral.
Por Márcia Cavallari Nunes