O censo realizado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revela que o número de pessoas em situação de rua no Brasil ultrapassou 300 mil.
Na capital paulista, a situação é particularmente grave, com mais de 80 mil pessoas vivendo nas ruas. No estado de São Paulo como um todo, o total supera 120 mil, o que representa uma em cada três pessoas em situação de rua no país.
Para os pesquisadores da UFMG, o aumento geral na população de rua reflete não apenas um aprimoramento na base de dados do Cadastro Único (CadÚnico), com um número maior de inscrições, mas também a insuficiência de políticas públicas nas áreas de moradia, educação e saúde para essa população vulnerável.
Robson Mendonça, do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de São Paulo, criticou a ausência de políticas intersetoriais em saúde e educação e a falta de iniciativas para garantir uma habitação digna para esses indivíduos.
Em resposta, a Prefeitura de São Paulo afirmou que respeita os dados da pesquisa da UFMG, mas considera o censo de rua realizado em 2021 como a base para suas políticas públicas. Segundo o censo da prefeitura daquele ano, foram identificadas 32 mil pessoas em situação de rua. Desde 2021, a prefeitura afirma ter investido mais de 7 bilhões de reais no atendimento social à população de rua.