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terça-feira 18 de julho de 2023 às 16:48h

Novonor dificulta auditoria de Apollo e Adnoc na Braskem

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A Novonor (ex-Odebrecht) estaria segundo Mônica Scaramuzzo e Stella Fontes, do jornal Valor, dificultando o acesso do consórcio da Apollo e da Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc) aos dados para “due diligence” da Braskem, apurou o Valor. A gestora e a empresa árabe são uma das que fizeram oferta firme para comprar a petroquímica nacional. J&F e Unipar também apresentaram proposta formal para o negócio.

A avaliação na Novonor é que a proposta de Apollo e Adnoc não traz ganho nem do ponto de vista de valor, nem de participação acionária, segundo fonte que participa das negociações. A antiga Odebrecht já indicou que não há interesse em fechar negócio sob os termos atuais, o que justificaria a posição de não abrir informações adicionais da Braskem neste momento.

Para outra pessoa envolvida no negócio, a oferta de Apollo e Adnoc é a única que não contempla a permanência da família baiana no negócio e, por isso, há uma resistência em passar os dados. Formalizada em maio, a dupla fez oferta de R$ 47 por ação – a valor presente, porém, o preço oferecido pode variar de R$ 30 a R$ 40, conforme a premissa adotada. A auditoria financeira foi concluída, mas a gestora e a empresa árabe passaram uma lista de pedidos para avançar à etapa legal.

A oferta da Unipar previa manutenção da holding no capital da petroquímica, com 4% das ações. Considerando-se essa fatia, o valor da transação chegaria a R$ 11 bilhões. A proposta é a que mais agrada à Novonor, mas enfrenta resistência dos bancos credores. Embora o prazo da oferta tenha expirado, a Unipar segue em tratativas com vendedores e com Petrobras.

A proposta da J&F, de compra da dívida que é garantida por ações da Braskem por R$ 10 bilhões, não prevê, inicialmente, que a Novonor siga como acionista. Mas há conversas informais nesse sentido, disse uma fonte. Ao comprar a dívida da Novonor, a holding dos Batista ainda não estaria assumindo diretamente a fatia na Braskem e isso abre espaço para tratativas com a antiga Odebrecht.

A proposta da J&F, na visão de um acionista minoritário da Braskem, deixa dúvidas quanto às etapas posteriores à compra da dívida. Como a holding não assume automaticamente o controle da petroquímica, não há necessidade de oferta aos minoritários (OPA) nesse primeiro momento.

Assim como Unipar, a J&F pede exclusividade para seguir adiante com a due diligence na Braskem. Além disso, uma vez que está comprando a dívida da Novonor, sua auditoria contemplaria também a recuperação judicial do grupo. A J&F espera uma resposta dos bancos até o fim deste mês e pede 120 dias para a due diligence.

Conforme antecipou o jornal Valor, os bancos credores não pretendem dar exclusividade a nenhuma proposta antes de melhorar a oferta. Os credores admitem que deverão dar exclusividade depois de analisarem juntos quem oferece os melhores termos.

Uma fonte próxima à Novonor disse que a empresa continua trabalhando com os potenciais compradores “na construção de uma proposta que atenda aos interesses de todas as partes relacionadas”.

Procuradas, Adnoc, Apollo, Novonor e J&F não comentaram.

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