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sexta-feira 23 de outubro de 2020 às 08:08h

Novo caça da FAB faz voo de estreia oficial nesta sexta-feira em Brasília; veja fotos

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O novo caça da FAB (Força Aérea Brasileira), o Gripen, fará seu voo de estreia sobre Brasília nesta sexta-feira (23), Dia do Aviador.

A julgar pelo ensaio feito na quarta-feira (21), ele será escoltado por um dos modelos que irá substituir até 2026, o venerando caça americano F-5, em operação desde os anos 1970.

De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, o Gripen no Brasil é chamado de F-39 e tem a matrícula FAB4100 e voou em agosto de 2019. Chegou ao país de navio em setembro conforme informamos aqui no #Acesse Política na época.

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A exibição será um marco na longa novela de aquisição de novas aeronaves de combate, e tem um significado particular para a fabricante do caça, a sueca Saab (pronuncia-se “soób”).

Segundo o chefe da divisão de Aeronáutica da empresa, Jonas Hejlm, a instalação de uma linha de produção do Gripen no Brasil virou um trunfo na hora de oferecer o caça a outros países.

A expectativa é a de que 15 dos 36 caças escolhidos em 2013 e comprados em 2014 por 39,3 bilhões de coroas suecas (cerca de R$ 25 bilhões se fossem desembolsadas nesta quinta, 22) sejam montados na unidade da Embraer em Gavião Peixoto (SP).

“Sem dúvida”, afirmou Hejlm. Neste momento a Saab disputa concorrências no Canadá (88 aviões) e na Finlândia (64 unidades), que estão em estágios diferentes. Além disso, está de olho na reabertura da licitação colombiana para renovação da frota de aviões de combate.

“Estamos tendo um grande apoio das autoridades brasileiras”, afirmou por videoconferência, em relação ao país vizinho. Apesar do grande alinhamento de Bogotá com Washington, o que dá favoritismo a modelos americanos como o F-16, uma linha de produção sul-americana é um ativo atrativo.

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Outro mercado de extremo interesse é o indiano, e aqui a experiência de transferência de tecnologia no Brasil é um ponto de venda. “Não fizemos isso em nenhum lugar do mundo, nem no acordo com a África do Sul”, afirmou, sobre a venda de 24 Gripen para o país africano.

A Índia já preteriu o Gripen e outros quatro concorrentes em 2014, quando comprou 36 Dassault Rafale franceses. Dona de uma Força Aérea enorme e diversificada, Nova Déli está sondando a compra de mais 114 caças.

O fabricação nacional era uma exigência da FAB, que visava capacitar sua área de pesquisa tecnológica e a indústria brasileira. A Embraer, por seu tamanho e especialização, é a principal parceira, ao lado de firmas como a Atech e a AEL.

VÍDEO: Colaboração Real 3 - Ep.9: Soluções inteligentes de manutenção do Gripen - Poder Aéreo - Aviação Militar, Indústria Aeronáutica e de Defesa
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Engenheiros e técnicos brasileiros, 350 ao todo, estão sendo treinados na Suécia. A Saab abriu uma fábrica de peças da fuselagem do Gripen em São Bernardo do Campo (SP) que já está em operação.

O centro da cooperação é o Gripen F, modelo de dois lugares da nova geração do caça, que surgiu no fim dos anos 1980 e entrou em operação em 1996 no país escandinavo. É a terceira encarnação do modelo, e considerado um dos aviões com mais tecnologia embarcada a custo acessível no mercado.

O modelo de dois lugares está sendo desenhado em conjunto com os brasileiros, e é um avião estruturalmente bastante diferente, apesar de parecido por fora. “Estamos impressionados com a alta qualidade do trabalho brasileiro. O projeto está indo muito melhor do que eu previa”, afirma o executivo.

Oito dos caças comprados pelo Brasil serão deste modelo, enquanto os restantes serão o monoposto E, igual ao que voará nesta sexta em Brasília.

Hjelm afirma não estar preocupado com o risco de interrupção de pagamentos, por parte do governo brasileiro. Cortes mais profundos em 2014 e 2015 atrasaram o cronograma não só do Gripen, que deveria estar com todas as unidades entregues em 2024, mas também do cargueiro C-390, da Embraer.

“Estamos preparados para discutir qualquer questão, seja da parte do cliente, seja da nossa”, disse. O ministro Fernando Azevedo (Defesa) vem fazendo lobby para tentar garantir o financiamento dos ditos programas estratégicos.

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